Em comunicado enviado hoje à Lusa, a junta, atualmente liderada por Arlindo Tavares (PSD/CDS-PP/PPM), refere que conseguiu negociar com os representantes legais da empresa credora "mais algum tempo", para "deixar as condições mínimas de atendimento à população".
Na passada segunda-feira, concretizou-se a execução de uma penhora com a remoção de material de escritório e equipamentos do edifício sede da Junta de São Jacinto.
Segundo a autarquia, tratou-se da operação de cobrança de 19 mil euros de uma dívida total de 26 mil euros a uma empresa multinacional.
"Foi com dor na alma que vivenciamos o que entendemos ser um ato legítimo, mas que representa a perda de património da nossa freguesia, das nossas gentes, da nossa história, estando nós a poucos dias de celebrar mais um aniversário desta freguesia no próximo dia 16 de fevereiro", refere a nota assinada pelo presidente da junta, Arlindo Tavares.
No comunicado, o autarca diz que a situação da junta é "muito grave, muito pior" do que esperava, com uma dívida que ascende a 715 mil euros, o que obriga a uma gestão "muito complexa e desgastante".
Arlindo Tavares revelou ainda que tem contactado com todos os credores, fornecedores e prestadores de serviços, solicitando compreensão perante a "grave" situação financeira da junta e pedindo algum tempo para se apresentar e acordar "novos, sérios e credíveis" acordos de pagamento das dívidas.
"Temos até à data recebido respostas solidárias e positivas. Infelizmente, não conseguimos travar o levantamento dos bens efetuado no passado dia 23 de janeiro [segunda-feira], uma vez que o anterior presidente da junta, António Aguiar, já havia sido notificado para o efeito", referiu o autarca, que espera muito em breve apresentar uma solução de recuperação financeira da junta.
António Aguiar, que em 2021 foi eleito presidente da Junta de São Jacinto, na lista do PS/PAN, demitiu-se do cargo em julho de 2021, poucos dias depois de a câmara ter retirado à junta a gestão do parque de campismo local.
Na altura, a câmara esclareceu que a decisão ficou a dever-se ao facto de haver "graves e reiterados incumprimentos" por parte da junta na gestão do parque de campismo, "colocando em risco a segurança de pessoas e bens" na utilização desta infraestrutura.
A autarquia acusou ainda a Junta de ter uma "grave e irregular" situação financeira, acumulando uma dívida de mais de 200 mil euros à empresa Águas da Região de Aveiro e dívidas no valor global de 150 mil euros a várias empresas.
Após todos os eleitos da lista mais votada para a Assembleia de Freguesia terem renunciado aos mandatos, foram marcadas eleições intercalares para o dia 13 de novembro de 2022 que foram ganhas com maioria absoluta pela coligação "Aliança com Aveiro", que junta PSD, CDS-PP e PPM, com 240 votos, contra 165 votos da lista do PS, a segunda mais votada.
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