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Professores e antigos alunos recordam 50 anos de ISCTE

Em 50 anos, que se assinalam hoje, o ISCTE mudou e cresceu, mas quem fez parte dos primeiros anos continua a falar num ambiente de proximidade e num espírito de inovação para descrever uma identidade que nunca se alterou.

Professores e antigos alunos recordam 50 anos de ISCTE
Notícias ao Minuto

07:26 - 15/12/22 por Lusa

País ISCTE

Em 15 de dezembro de 1972 era publicado em Diário da República o decreto-lei que extinguia o Instituto de Estudos Sociais, criando, no seu lugar, o Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE).

Com apenas duas licenciaturas, em Ciências do Trabalho e Organização e Gestão de Empresas, e algumas centenas de alunos no primeiro ano, a nova instituição de ensino superior dirigia-se "àqueles que pretendem orientar-se para o estudo dos problemas económicos e sociais".

Cinco décadas depois, o ISCTE tem hoje mais de 11 mil alunos inscritos, 25 licenciaturas, 58 mestrados e 22 doutoramentos. Muita coisa mudou, dizem professores e antigos alunos, mas outras mantiveram-se desde o primeiro dia.

Aida Valadas de Lima é atualmente docente no departamento do Sociologia, mas fez também parte de uma das primeiras turmas do ISCTE, tendo sido aluna de personalidades como Adérito Sedas Nunes, que dá hoje nome a um dos edifícios do 'campus' de Lisboa.

"Depois de ter lamentado o facto de ter entrado para o ISCTE, quando a maioria dos meus colegas foi para o Instituto Superior de Economia, percebi que foi o melhor que me aconteceu", recordou à Lusa.

Ainda antes de terminar a licenciatura, começou a colaborar com alguns professores, incluindo Vasco Pulido Valente, e foi depois convidada para dar aulas. Nunca mais deixou a instituição.

No próximo ano, Aida Valadas de Lima irá reformar-se, "com muita pena", e para atrás deixa uma escola que diz manter uma forte proximidade entre a comunidade académica que o crescimento de 50 anos não comprometeu.

"Temos isso desde o início. Mesmo com uma dimensão muitíssimo maior, essa proximidade está tão enraizada e foi experienciada durante tanto tempo que ainda subsiste", afirmou.

Para a professora, é um dos principais atributos do ISCTE, uma perspetiva partilhada por Pedro Dionísio, docente no departamento de Marketing, que também integrou as primeiras turmas da instituição.

"Há um espírito de porta aberta, de maneira geral, dos professores em relação aos alunos", descreveu, acrescentando, por outro lado, que ali juntam-se no mesmo 'campus' várias áreas disciplinares, desde as ciências sociais à informática ou gestão, uma experiência rara noutras universidades e que permite ter "uma visão mais interdisciplinar do mundo que corresponde à realidade".

O ambiente dentro do ISCTE é percecionado da mesma forma pelos alunos. Sofia Santos recorda quando lhe diziam, no secundário, que os professores da universidade não a iriam acompanhar de forma próxima e diz que ali sentiu precisamente o contrário.

"Acho que uma das melhores coisas que existe no ISCTE é essa proximidade entre toda a comunidade académica", contou a antiga aluna de licenciatura e, mais recentemente, de mestrado, sublinhando que o apoio dos professores vai além do curso.

Por outro lado, os dois docentes e antigos alunos destacam também um espírito de inovação que sentiram desde o primeiro dia. O exemplo mais recente foi a criação do novo 'campus' em Sintra, onde foram inauguradas oito novas licenciaturas nas áreas das tecnologias digitais, economia e sociedade.

"Reflete a lógica de inovação e a preocupação em ir ao encontro das necessidades e dos desafios da sociedade", sublinha Pedro Dionísio. A professora de Marketing, por sua vez, elogia que as várias direções que passaram pelo ISCTE nunca tenham tido medo de arriscar.

Sofia Santos acrescenta: "Eu costumo dizer que o ISCTE está sempre em obras, incluindo em termos de reformulações e de pensar como se poderá melhorar a parte pedagógica".

Para os dois docentes, que fizeram e fazem parte da história da instituição, tudo isso define a identidade do ISCTE, muito mais do que qualquer alegada ligação ao Partido Socialista, que chegou a ser apontada pelo facto de alguns dos membros do atual e últimos executivos terem passado por ali.

Pedro Dionísio rejeita a ideia de que a universidade possa "estar ao serviço de algum partido político", considerando, por outro lado, que "se o ISCTE prepara para essas situações, tanto melhor". Já Aida Valadas de Lima, defende que "o mérito do ISCTE afere-se de outras maneiras".

Leia Também: Iscte assinala a fundação do ensino superior contemporâneo em Portugal

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