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Greve dos professores. Quarto dia com grande adesão e escolas fechadas

Professores cumpriram hoje o quarto dia de greve, com uma adesão acima das expectativas que tem afetado o funcionamento de várias escolas do país que encerraram, segundo o Sindicato de Todos os Professores (STOP).

Greve dos professores. Quarto dia com grande adesão e escolas fechadas
Notícias ao Minuto

18:00 - 14/12/22 por Lusa

País Greve dos professores

Sem avançar o número de escolas encerradas ou uma taxa concreta de adesão à greve, o coordenador nacional do STOP disse à Lusa que os professores "têm aderido de forma muito significativa", considerando que a mobilização superou as suas expectativas e é uma "lição de cidadania".

"Não temos 'feedback' da maioria dos diretores, mas o que podemos dizer é que, nas redes sociais, é inequívoca a adesão dos professores. Parece que despertaram de um sono profundo", afirmou André Pestana.

Na página de Facebook do sindicato, repetem-se as fotografias de dezenas de docentes concentrados em frente às respetivas escolas e mensagens que dão conta do encerramento de vários estabelecimentos de ensino em todo o país.

A paralisação, convocada pelo STOP em protesto contra as propostas de alteração aos concursos e para exigir respostas a problemas antigos, deverá manter-se, pelo menos, até ao final da semana.

Para sábado, está convocada uma manifestação nacional na Praça Marquês de Pombal, em Lisboa, e nessa altura os professores vão discutir a sua suspensão ou continuidade.

"Se a decisão for parar, o STOP irá interromper a greve, mas se a maioria quiser continuar, não tenham dúvidas de que a classe pode contar connosco", sublinhou o coordenador nacional do STOP.

Questionado sobre o impacto da greve nas aprendizagens dos alunos, André Pestana reafirmou que as crianças e jovens já vinham sendo prejudicados pela agravada falta de professores e, mais recentemente, pelo aumento de número de docentes que leciona sem habilitação profissional.

"Antes de esta greve ter começado, já havia dezenas de milhares de alunos que ou não tinham professor a uma ou mais disciplinas, ou tinham professores sem habilitações pedagógicas", afirmou, considerando que o alargamento das habilitações próprias às licenciaturas pós-Bolonha, uma medida do Governo para responder à falta de docentes, é igualmente prejudicial.

"Foi por falta de greves no passado que estes alunos estão agora a ser amputados do seu direito de acesso à educação", defendeu, acrescentando que o protesto é também em sua defesa porque, "mesmo que percam alguns dias de aulas, se a greve for vitoriosa, vai garantir que mais rapidamente resolvemos o problema".

Da parte dos diretores, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Escolas (ANDE) disse não ter conhecimento do impacto da greve a nível nacional, mas sabe que a paralisação tem criado constrangimentos em escolas de algumas zonas do país, mesmo que as escolas acabem por abrir.

Isto porque, segundo o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) muitos professores estão a fazer greve parcial apenas ao primeiro tempo de aulas e depois iniciam o trabalho, o que significa que a escola está encerrada de manhã, quando as famílias vão deixar as crianças, mas depois acabam por reabrir.

Sobre as características desta greve, Manuel Pereira, da ANDE, disse que as escolas já lidam, diariamente, com alguns constrangimentos e "tudo aquilo que vem provocar mais desequilíbrios, não ajuda". Ainda assim, reconheceu que "se há classe que tem motivos para estar zangada, é a classe docente".

Filinto Lima acrescentou que o impacto negativo de um dia sem aulas é facilmente recuperado, mas manifestou-se preocupado se a paralisação se prolongar. "Não sei se em janeiro continuará, nem se os professores vão aderir", afirmou, considerando que, por outro lado, "falta diálogo entre o sindicato e o Ministério da Educação".

A Lusa questionou o Ministério da Educação sobre o impacto da greve, mas a tutela escusou-se a comentar.

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