Pároco de Massamá suspenso por suspeita de abuso sexual

Queixa contra o padre, que estava na paróquia há 30 anos, foi feita à Comissão Diocesana de Proteção de Menores do Patriarcado de Lisboa.

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Notícias ao Minuto com Lusa
07/10/2022 13:17 ‧ 07/10/2022 por Notícias ao Minuto com Lusa

País

Patriarcado de Lisboa

O padre da paróquia de Massamá, em Lisboa, está a ser investigado pelo Ministério Público depois de ter sido alvo de queixa por abuso sexual sobre menores. De acordo com comunicado do Patriarcado de Lisboa, divulgado esta sexta-feira, o pároco suspendeu funções na paróquia, onde trabalhava há três décadas.

A queixa havia sido enviada à Comissão Diocesana de Proteção de Menores do Patriarcado de Lisboa, ainda antes de ter sido criada a Comissão Independente. "Tendo procedido de imediato a uma investigação prévia da acusação, a mesma foi enviada para o Dicastério da Doutrina da Fé e em seguida para o Ministério Público", pode ler-se na mesma nota.

O Patriarcado esclarece, ainda, que "o sacerdote em causa suspendeu o exercício do ministério pastoral na comunidade que lhe estava confiada, aguardando o apuramento da verdade".

"O caso segue os seus trâmites e encontra-se em segredo de justiça no foro canónico, assim como no Ministério Público", indica o comunicado.

O padre em causa, além de pároco de Massamá, é juiz do Tribunal Patriarcal e assistente diocesano do Curso de Preparação para o Matrimónio do Patriarcado de Lisboa.

Na nota, o Patriarcado "renova o seu compromisso em tudo fazer para erradicar esta dramática realidade dos abusos de menores e está disponível para acompanhar as vítimas que assim o desejarem".

Este propósito segue-se à carta que o cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, dirigiu aos diocesanos na abertura do novo ano pastoral, no início de setembro, na qual voltou a pedir perdão às vítimas de abuso sexual no seio da Igreja Católica, assegurando que a instituição em Portugal "está na primeira linha da resposta a tão grave questão".

No documento, Manuel Clemente escrevia não poder "deixar de aludir às notícias de abusos sexuais que foram aparecendo entretanto", referentes a casos na diocese por si tutelada.

"Já tive ocasião de explicar o que se fez e continuará a fazer na diocese, para corrigir e prevenir tais casos", continua o patriarca, referindo-se à carta aberta que divulgou no dia 29 de julho e cujo teor terá comunicado "pessoalmente ao Papa Francisco", em audiência no dia 05 de agosto.

Nesse documento, Manuel Clemente assegurava que "desde a primeira hora" deu instruções, no Patriarcado, "para que a Tolerância Zero e a Transparência Total sejam regra conhecida de todos" quanto ao abuso de menores.

Na carta aberta em que procurava esclarecer o que "testemunhou" no caso de um padre acusado de abuso denunciado em 1999 ao anterior patriarca, José Policarpo, e revelado pelo jornal Observador - que noticiava que "duas décadas depois" o atual patriarca se encontrou com a vítima, "que não quis divulgar o caso", pelo que não foi dado conhecimento às autoridades judiciais, - Clemente disse aceitar que "este caso e outros do conhecimento público e que foram tratados no passado, não correspondem aos padrões e recomendações que hoje" todos querem "ver implementados".

Segundo Manuel Clemente, o seu antecessor "acolheu e tratou o caso em questão tendo em conta as recomendações canónicas e civis da época e o diálogo com a família da vítima. O sacerdote foi afastado da paróquia onde estava e nomeado para servir numa capelania hospitalar".

[Notícia atualizada às 15h00]

Leia Também: Abusos na Igreja. Episcopado confirma conclusão em dezembro de relatório

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