José Milhazes esteve, esta manhã, na SIC Notícias, onde comentou a saída do primeiro navio com cereais do porto de Odessa, na Ucrânia, com destino ao Líbano. Questionado sobre se este seria o primeiro de muitos, o historiador deixou a dúvida: "Gostaria de acreditar que sim, a não ser que haja alguma provocação que venha dificultar ou mesmo travar este processo".
"Este processo está bem organizado, bem controlado, e se as partes respeitarem os documentos que assinaram, este problema pode, efetivamente, ficar resolvido", acrescentou.
Já sobre se este acordo pode ser um prenúncio para a existência e assinatura de outros, José Milhazes assinalou que "não". "Não, porque estamos a tratar de outras matérias. Se tens em vista um tratado de paz ou um cessar-fogo, neste momento, continua a não se ver a luz ao fundo do túnel... e muito menos o túnel".
Isto porque "continua a haver uma divergência tão grande entre as partes, que estamos como se fosse no início". "Ninguém mudou de posição".
De recordar que o navio, que, de acordo com informações das Nações Unidas, transporta 26.527 toneladas de milho, partiu na segunda-feira do porto de Odessa, na costa ucraniana do Mar Negro. O Razoni já foi inspecionado em Istambul e vai seguir caminho para o Líbano.
A Ucrânia e a Rússia assinaram, em 22 de julho, acordos com a Turquia e a ONU para desbloquear a exportação de toneladas de cereais bloqueados nos portos do mar Negro. O acordo implica que passe a ser feita uma inspeção dos navios que transportam os cereais para garantir que não levam armas para a Ucrânia.
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