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Com a subida da inflação, "os portugueses estão a perder e muito"

O antigo líder do PSD falou, sobretudo, dos incêndios em Portugal continental e também sobre a subida da inflação.

Com a subida da inflação, "os portugueses estão a perder e muito"
Notícias ao Minuto

23:32 - 17/07/22 por Teresa Banha

Política Luís Marques Mendes

Luís Marques Mendes analisou, este domingo, os temas que marcaram a última semana em Portugal, no seu espaço habitual na SIC Notícias, nomeadamente a situação dos incêndios em território continental, que levou o Governo a decretar estado de emergência durante os últimos dias, e as consequências da subida da inflação

Incêndios

"Acho que se aprendeu alguma coisa", começou por sublinhar o social-democrata, referindo-se aos incêndios de Pedrógão Grande, que ocorreram em 2017. "A situação foi difícil, mas acho que há alguns aspetos positivos a reclamar e isso faz com que a comparação com há cinco anos seja favorável", reforçou.

O comentador sublinhou que, à exceção do piloto que morreu, não houve vítimas mortais. "Aprendeu-se com a lição do passado, que é em 1.º lugar salvar vidas".

Marques Mendes deu nota positiva para o plano de combate. "Nota-se que há mais coordenação, comunicação. Quase não se falou dos problemas do SIRESP", justificou. Ainda para além da atitude do ministro da Administração Interna, que foi "sóbria e serena" - o que ajuda "a dar segurança" - sublinhou também uma maior consciência cívica por parte da sociedade, "sobretudo com a preocupação de evitar comportamentos de risco, queimadas e outros tipos de comportamentos", referiu.

A nota negativa foi dada à prevenção. "Essa é a parte que, com humildade, temos que reconhecer que ainda há muita coisa a fazer. Face às expetativas os resultados ainda são curtos". Nesta matéria, o antigo líder do Partido Social Democrata (PSD) referiu-se ao a valor económico das zonas: "Há um conjunto grande de, sobretudo, pequenos proprietários, que deixam as suas matas ao abandono. Não tiram valor da floresta. A floresta para eles é um custo e não investimento", disse, referindo-se à limpeza das matas e sublinhando que não é um especialista.

No entanto, referiu, todos devem dar o seu contributo para a resolução deste problema, sugerindo centrais de biomassa florestal. "Tem duas vantagens: é uma forma de produzir energia limpa e renovável e alimentam-se se matos e outros resíduos limpos da florestas", explanou. 

Situação de alerta

Mencionando a alteração da situação de contingência para situação de alerta, anunciada este domingo pelo Governo, Marques Mendes alertou que é preciso manter a vigilância. "Há um perigo de as pessoas pensarem que agora, já vai ser tudo fácil. Não vai", ressalvou.

Inflação

Quanto à inflação, cujos dados de junho foram revelados, o político foi direto ao assunto. "Se os preços daqui até ao final do ano não aumentarem, a inflação vai ficar 7.2%. O governo previa 4%. Mas, se houver algum aumento, ainda que a um ritmo mais moderado, a inflação vai ficar na casa dos 8%. Nesse quadro vale a pena ver quem é que está a perder e quem é que está a ganhar com isso", advertiu.

“A perder estão os pensionistas e os reformados. Uma pensão de 810 euros, com uma inflação de 8% o valor real da pensão fica em 745 euros, ou seja uma redução de 65 euros. Devia haver um apoio especial aos pensionistas e reformados, porque são das pessoas mais vulneráveis da sociedade”, afirmou. Para além dos pensionistas, neste cenário serão também afetados todos os trabalhadores. Pelas suas contas, na Função Pública perderiam cerca de 123 euros ao final do mês.

Mas não é só no aumento da inflação que o Governo poderá ficar a ganhar. O Executivo de António Costa já estará a ganhar num imposto: o IVA. “A previsão de aumento que o Governo fazia era de 10,7% e está em 25% até maio. No ISP [Imposto sobre Produtos Petrolíferos] a diferença é brutal. O Governo previa uma diminuição de 1,6% na receita e está ao contrário, cresceu 12%”, sublinhou. Há, por isto, uma questão que o Governo vai ter de explicar nos próximos debates. “Se o Estado está a arrecadar uma receita muito maior do que aquela que previa, porque é que socialmente não há um apoio maior às famílias mais pobres, aos idosos, pensionistas e reformados?", questionou.

"Evidentemente, os portugueses estão a perder e muito", rematou.

Debate do Estado da Nação

Ainda em relação ao debate do Estado da Nação, que decorre durante a próxima semana, o comentador falou sobre os níveis de popularidade de alguns ministros, também de António Costa, assim como referiu que o Governo estava com dificuldades. Referindo que esta não é a discussão para a oposição "embandeirar em arco", Marques Mendes notou: "A oposição tem que pensar que o Governo tem maioria absoluta e por isso não vai cair. Está numa fase com sérias dificuldades, mas não vai cair. A oposição tem que aproveitar esta oportunidade para colocar os pontos nos 'is', sobretudo, acho que a oposição tinham uma oportunidade para, com equilíbrio, reforçar os apoios sociais".

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