Miguel Milhão, que gerou polémica em Portugal depois de expressar o seu apoio face à anulação do direito ao aborto nos Estados Unidos da América, disse não estar arrependido pelas suas palavras e garante que a controvérsia gerada pela sua publicação antiaborto teve um “impacto benéfico” na Prozis, empresa que fundou.

Numa entrevista ao Negócios, após ser questionado sobre se estava arrependido acerca da publicação que gerou uma onda de críticas e levou várias ‘influencers’ a cancelar as suas parcerias com a Prozis, o empresário foi claro: “Não. Arrependido, porquê? Por ter dado a minha opinião?”, frisou.

Segundo Miguel Milhão, a Prozis tem parcerias “em todo o mundo” e, face a esta polémica, perdeu “11 dos 1.800” ‘influencers’ com quem trabalha em Portugal. No estrangeiro, dos 10 mil parceiros, não perdeu “nenhum”.

O empresário defendeu ainda que a publicação teve um impacto “benéfico” na Prozis, indicando que, desde 26 de junho, quando teve início a controvérsia, a marca continuou a crescer cerca de 20% face ao mesmo período do ano passado. 

“Tenho a certeza que foi benéfico”, reforçou.

O fundador da Prozis indicou que recebeu “milhares de mensagens”, das quais “98% são positivas” e refere que, internamente, os trabalhadores sofreram “assédio” e “pressão” para não trabalharem na empresa. 

Rejeitando que seja excêntrico, Miguel Milhão fala em “estratégia”. 

“A Prozis é uma empresa muito diferente. As pessoas têm de compreender que eu sou uma pessoa diferente, não sei porquê, mas sou”, rematou.

Recorde-se que a Prozis, uma das maiores empresas de nutrição desportiva na Europa, foi fundada por Miguel Milhão quando este tinha apenas 23 anos. Foi através do Linkedin que, perante a anulação do direito ao aborto nos EUA, Miguel Milhão expressou a sua opinião, originando várias críticas.

"Parece que os bebés por nascer recuperaram os seus direitos nos EUA! A natureza está a recuperar!", escreveu o empresário. Milhão recorreu depois ao podcast interno da marca, ‘Conversas do Karalho’, para esclarecer a sua posição, defendendo que a Prozis não precisa de Portugal”, considerando-se “incancelável”.

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