Costa e PS acusam direita de "maquinação estatística", PSD reclama espaço
O primeiro-ministro e o PS acusaram hoje a direita de "maquinação estatística" e de ter "dificuldades em posicionar-se", com o PSD a responder que "o espaço da social-democracia está muito bem preenchido".
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A troca de argumentos surgiu no debate sobre política geral que decorre hoje na Assembleia da República depois de uma longa intervenção do primeiro-ministro na qual António Costa defendeu que "a direita tem tido uma enorme dificuldade em posicionar-se porque relativamente aos critérios que se autodefiniu como sendo distintivos da boa governação e da má governação", o PS "tem cumprido todos aqueles que eles inventaram como sendo da boa governação".
"O primeiro é o mais evidente, que tem a ver com contas certas, com a boa gestão orçamental. A direita fala, fala, fala, fez um gigantesco aumento de impostos, cortes nas pensões e salários e mesmo assim o único excedente orçamental que foi possível obter na nossa democracia foi com o PS no governo, sem aumento de impostos e sem cortes de salários, nas pensões e repondo rendimentos", afirmou António Costa.
Ao nível do investimento, Costa afirmou que o país tem vindo "a bater recordes" na atração do mesmo e quanto à fiscalidade, disse, "os impostos hoje pesam menos no produto do que o que pesavam quando a direita governava".
Costa continuou, afirmando que "perante estes critérios, a direita tem de passar à maquinação da estatística".
A mesma crítica foi atirada às bancadas da direita pelo secretário-geral adjunto do PS, João Torres, momentos antes, quando afirmou que "as políticas e a mensagens políticas neoliberais são muito interessantes até ao momento em que lidam com a realidade: aí é um dilema, é uma chatice".
De acordo com António Costa, "a direita não consegue perceber que não há uma antinomia entre crescimento e rendimento".
"É evidente que a melhoria do rendimento, para ser sustentado, tem que estar baseada num crescimento, mas a melhoria do rendimento também contribui para um crescimento económico", sustentou.
Coube ao deputado social-democrata André Coelho Lima a resposta: "O senhor primeiro-ministro está a dizer que o PSD tem dificuldades em definir-se, foi atrás da coordenadora do BE quando disse que 'todos querem ser sociais-democratas', esquecendo-se do próprio partido a que preside, que é o Partido Socialista e o espaço da social-democracia está muito bem preenchido pelo PSD", atirou.
Por seu turno, Costa insistiu que o país tem vindo a crescer "e não a empobrecer" e defendeu que o caminho de governação socialista tem de ser prosseguido "resistindo com nervos de aço aos problemas do dia", seguindo "contra ventos e marés, com covid ou sem covid", rematou.
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