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Açores pela Diversidade alerta para falta de dados sobre discriminação

A coordenadora técnica do projeto (A)Mar -- Açores pela Diversidade, criado há um ano, alertou hoje para a inexistência de estatísticas oficiais sobre a discriminação da comunidade LGBTI nas escolas, espaços noturnos e serviços de saúde.

Açores pela Diversidade alerta para falta de dados sobre discriminação
Notícias ao Minuto

13:27 - 17/05/22 por Lusa

País LGBTI+

"Muitas vezes, estes fenómenos são plasmados noutras estatísticas. Este projeto também pretende contribuir para perceber estes fenómenos de violência que as pessoas dizem que sofrem em vários contextos, como nas escolas ou no acesso a serviços de saúde, em espaços noturnos ou até no acesso a uma casa de banho de uma pessoa que seja transgénero", afirmou Solange Ponte, psicóloga clínica e forense, em declarações à agência Lusa.

Segundo a psicóloga, "a falta de informação" nos Açores dificulta a intervenção junto da comunidade LBBTI (Lésbicas, 'Gays', Bissexuais, Transgénero e Intersexo).

O (A)Mar -- Açores pela Diversidade é um projeto da Associação para o Planeamento Familiar e Saúde Sexual e Reprodutiva (APF) dos Açores, que assinala hoje o seu primeiro aniversário.

O projeto visa contribuir para um decréscimo das discriminações da comunidade LGBTI.

"Há muito preconceito. Curiosamente, não temos ainda um retrato desse preconceito em termos estatísticos. É uma grande lacuna na Região, que não existam dados estatísticos em relação à violência de homofobia, bifobia e transfobia", apontou a coordenadora da APF/Açores.

De acordo com a coordenadora técnica do projeto, estas situações acabam por ser "debatidas em termos judiciais e estatísticos como crimes enquadrados na violência doméstica", ou "na violência em contexto escolar".

Contudo, alertou, "a homofobia, a bifobia e a transfobia têm conotações especificas".

Solange Ponte revelou que, ao longo do ano, o projeto realizou "100 acompanhamentos individuais psicológicos e psicossociais".

Paralelamente, e em parceria com o Centro de Terapia Familiar, foram também acompanhadas famílias.

"É uma discriminação que, muitas vezes, pode ser confundida com violência doméstica, mas poderá ter outros contornos", assinalou.

Solange Ponte explicou que o projeto A)Mar surge para "estar na linha da frente" como resposta e apoio à comunidade LGBTI.

O projeto atua em várias frentes, nomeadamente no acompanhamento psicológico e psicossocial individualizado, "a título gratuito, confidencial e anónimo", explicou.

Disponibiliza ainda serviços de consultadoria, uma linha de apoio telefónico, um grupo de partilha, grupos de cidadania ativa e formação de profissionais

A responsável adiantou que está a ser criada uma rede regional de apoio à população LGBTI e familiares.

Esta rede, acrescentou, pretende juntar vários parceiros e instituições das área social, saúde e educação.

O projeto (A)mar- Açores pela Diversidade tem financiamento, a nível regional, das direções Regional da Juventude, Para a Promoção da Igualdade e Inclusão Social e a nível nacional da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género.

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