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Sadokha diz que primeiro alerta sobre infiltrados pró-russos foi em 2011

O caso dos refugiados ucranianos recebidos por russos na Câmara de Setúbal está hoje em discussão no Parlamento, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos Liberdades e Garantias.

Sadokha diz que primeiro alerta sobre infiltrados pró-russos foi em 2011

Pavlo Sadokha, presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, foi ouvido, esta terça-feira, no Parlamento, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos Liberdades e Garantias, a propósito do caso dos refugiados ucranianos que foram recebidos por russos na Câmara de Setúbal.

Pavlo diz que o primeiro alerta feito ao Alto Comissariado das Migrações sobre a existência de "um problema de representação da comunidade ucraniana junto do Alto Comissariado" foi em em 2011.

Explica que foram feitas várias queixas sobre a existência de grupos pró-russos misturados na representação ucraniana. "Havia a comunidade brasileira, a comunidade cabo-verdiana e o grupo ucraniano estava representado pela definição de Leste", afirma. "A nossa primeira carta ao Alto Comissariado foi a dizer que não existia nenhum país chamado Leste. Eu sou ucraniano, sou cidadão da Ucrânia", diz.

O nome foi mudado e começou a chamar-se grupo ucraniano mas "surgiu outro problema ainda mais grave", explica: o grupo foi composto por duas associações que "foram determinadas pelo governo ucraniano como instituições de propaganda russa".

Posto isto, Pavlo Sadokha diz que voltaram a escrever uma carta na qual apresentarem  "todos os factos, fotografias" que evidenciam ligações à embaixada russa. 

Em 2017 tiveram um encontro com o Alto Comissariado e a embaixadora da Ucrânia e foram apresentados os factos.

"Foi-nos apresentado que estas organizações reuniam condições para serem representantes da comunidade ucraniana", reitera.

Pavlo Sadokha afirma que lhes disseram que estas organizações tinham 50% de membros ucranianos, facto que não consegue comprovar. Pediram provas mas não receberam informações.

Refere ainda um evento em Lisboa chamado Regimento Imortal, no qual participaram estas organizações. Segundo este, foram exibidas bandeiras das autoproclamadas repúblicas de Lugansk e Donestk. Mais uma vez, diz terá alertado o Alto Comissariado.

Mas foi após o início da guerra que começaram a receber "denúncias dos ucranianos" de que organizações que Alto Comissariado reconhecia como ucranianos e eles reconhecem como são pró-Putin, estavam a receber refugiados ucranianos.

"Logo percebemos o perigo para estes ucranianos, o perigo de informação porque os refugiados estavam em situação tão vulnerável. Perigo para os familiares na Ucrânia e para eles próprios porque já sabíamos que existia uma lista negra para ativistas ucranianos anti-Putin e para ativistas no estrangeiro. Pedimos reunião com o Alto-Comissariado, realizada no início de abril, onde colocámos estas questões. O Alto Comissariado disse que uma organização foi retirada desta lista, a Russkiy Mir. Perguntamos pela outra, Edinstvo, e disseram que iam ver o que podiam fazer."

Esta terça-feira à tarde são ainda ouvidas a alta-comissária para as Migrações, Sónia Pereira, a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, e a Secretária de Estado da Igualdade e das Migrações, Isabel Almeida Rodrigues.

Leia Também: Setúbal. PJ investiga "uso de dados de forma incompatível com recolha"

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