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Leiria prepara integração de refugiados em escolas e mercado de trabalho

O Município de Leiria está a articular com várias entidades a integração dos refugiados que chegaram ao concelho fugidos do conflito na Ucrânia, de modo a facilitar a entrada na escola e no mercado de trabalho.

Leiria prepara integração de refugiados em escolas e mercado de trabalho
Notícias ao Minuto

18:18 - 22/03/22 por Lusa

País Ucrânia

Num balanço feito na reunião de executivo de hoje, a vereadora da Ação Social, Ana Valentim, informou que, quinta e sexta-feira, esteve no Estádio de Leiria, onde estão alojados 42 refugiados, uma equipa multidisciplinar do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), da Segurança Social e da Divisão de Educação do município, "para fazer a articulação com as diversas entidades, nomeadamente para integração das crianças nas escolas e avaliar o perfil e competências das pessoas para a integração no mercado de trabalho".

Ana Valentim avançou que "78 empresas do concelho manifestaram a disponibilidade em acolher nos seus quadros pessoas refugiadas da Ucrânia".

"Amanhã, vamos iniciar uma formação de português, no estádio, através do IEFP. Estamos a terminar um plano de atividades na área da música, desporto, dança e de jogos", acrescentou a vereadora.

Segundo disse, a Câmara de Leiria tem, atualmente, capacidade para alojar 94 refugiados: 54 pessoas no estádio municipal, 20 em alojamento disponibilizado pela empresa Secil e outras 20 numa habitação cedida pelo Seminário Diocesano de Leiria.

"Neste momento temos 42 pessoas alojadas no estádio e 15 no alojamento da Secil. Maioritariamente, têm-nos chegado mães com crianças a seu cargo", revelou.

Ana Valentim salientou que o município também apoiou os refugiados a fazerem o registo no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que possibilita "o acesso ao Serviço Nacional de Saúde, à Segurança Social, nomeadamente a prestação do Rendimento Social de Inserção e abonos de família, e o acesso às finanças".

Verifica-se ainda uma "articulação com a saúde pública para aferir das necessidades ao nível da medicação e outras problemáticas, testagem covid -- que já foi feita duas vezes -- e processo de vacinação".

"Estamos a apoiar, através de bens alimentares, famílias ucranianas já residentes em Leiria e que acolheram pessoas deslocadas nas suas residências", acrescentou.

O vereador com o pelouro da Proteção Civil, Luís Lopes, informou também que o Município de Leiria colaborou no transporte para trazer 116 refugiados, aproveitando alguns veículos para enviar bens. "Já foram enviados para a Polónia, Hungria e também para dentro da Ucrânia, 55 paletes completas, 837 caixas de artigos diversos e 331 com carrinhos de bebés, camas, e outros artigos", enumerou, ao salientar que tem a confirmação, através dos contactos da comunidade ucraniana, "que os bens estão a chegar onde são mesmo necessários, mesmo na linha da frente da Ucrânia".

A campanha promovida pelo Município de resultou na oferta, pela comunidade leiriense, de bens suficientes aproximadamente para encher "sete semirreboques, dois já despachados".

Uma parte dos bens angariados está ainda em depósito no Estádio Municipal de Leiria, para disponibilizar em função das necessidades: 22 paletes de artigos de higiene, duas paletes medicação e artigos de saúde, 52 paletes de roupa, 44 paletes roupa de cama, nove paletes de calçado, quatro paletes alimentação, três paletes de comida animal e seis paletes de acessórios.

Na seleção da roupa, foi constatada a existência de cerca de seis contentores de vestuário e calçado danificado ou desadequado, sendo o valor angariado com a roupa reciclada depositado na conta da Cáritas Portuguesa criada para apoiar a Ucrânia.

O presidente do Município de Leiria, Gonçalo Lopes, revelou que Leiria é "o quinto distrito com mais pedidos de proteção temporária, registando 1.111 até 20 de março. O concelho de Leiria é "a terceira capital de distrito, a seguir a Lisboa e Porto", com 368 pedidos.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 925 mortos e 1.496 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,48 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

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