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Ucrânia: Associação ZERO considera insuficiente plano energético europeu

A associação ambientalista Zero considerou hoje que o plano energético europeu é insuficiente para acabar rapidamente com as importações de combustíveis fósseis da Rússia, defendendo a antecipação urgente de investimentos em larga escala em energia limpa.

Ucrânia: Associação ZERO considera insuficiente plano energético europeu
Notícias ao Minuto

07:52 - 09/03/22 por Lusa

País Zero

Em comunicado, a Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável refere que o plano da Comissão Europeia, hoje anunciado, "embora seja um passo na direção certa, não é suficiente para acabar rapidamente com as importações de combustíveis fósseis da Rússia por parte da União Europeia (UE), nem para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis em geral".

Na sequência da invasão russa da Ucrânia, que levou à escalada dos preços dos combustíveis, nomeadamente do gás, a Comissão Europeia propôs hoje a eliminação progressiva da dependência de combustíveis fósseis da Rússia antes de 2030, com aposta no gás natural liquefeito e nas energias renováveis, estimando reduzir, até final do ano, dois terços de importações de gás russo.

A Zero entende que é necessária "uma mobilização em grande escala dos fundos" da UE "para cumprir genuinamente a promessa de eliminar gradualmente a dependência dos combustíveis fósseis".

"Uma aceleração maciça da economia de energia e das energias renováveis exige uma mobilização em grande escala de todos os fundos da UE para enfrentar a crise climática, proteger os consumidores dos aumentos de preços e alcançar a independência energética das regiões instáveis", assinala o comunicado.

Segundo a associação ambientalista, a curto prazo "é especialmente urgente antecipar os investimentos em energia limpa nos planos de recuperação, substituindo os investimentos planeados em infraestruturas relacionadas com o gás fóssil por alternativas de energia limpa".

"Não podemos substituir combustíveis fósseis por outras fontes de combustíveis fósseis", sublinha a Zero, acrescentando que o plano da Comissão Europeia "assenta, em certa medida, na aposta nas importações de gás natural fóssil e em fontes cuja sustentabilidade é discutível, como a produção de biometano a partir de culturas agrícolas e não de resíduos".

O executivo comunitário pretende "aumentar a resiliência do sistema energético" a nível da UE, nomeadamente com "a diversificação do fornecimento de gás, através de maiores importações de gás natural liquefeito e de gasodutos de fornecedores fora da Rússia", e com "maiores volumes de produção e importação de biometano e de hidrogénio renovável".

O pacote legislativo 'Objetivo 55', apresentado pela Comissão Europeia em julho passado e referente à energia e ao clima, já previa a redução do consumo anual de gás fóssil da UE em 30%, equivalente a 100 mil milhões de metros cúbicos até 2030.

Com o plano 'REPowerEU', hoje anunciado, a ideia é remover gradualmente 155 mil milhões de metros cúbicos de utilização de gás fóssil, o equivalente ao volume importado da Rússia em 2021.

O plano surge um dia depois de o preço do gás natural TTF (Title Transfer Facility), de referência para a Europa, ter disparado no mercado holandês para 335 euros por megawatt/hora, um novo máximo.

O anúncio da Comissão Europeia surge numa altura de aceso confronto armado na Ucrânia provocado pela invasão russa, que tem vindo a afetar o mercado energético europeu, uma vez que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros.

A Rússia é também responsável por cerca de 25% das importações de petróleo e 45% das importações de carvão da UE.

Devido a esta dependência, Bruxelas tem vindo a defender a necessidade de garantir a independência energética da UE face a fornecedores "não fiáveis" e aos voláteis combustíveis fósseis.

Leia Também: "Pouco provável" que medidas de Bruxelas levem a viragem na economia

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