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Portugal acolheu falsa seleção afegã? Só 7 de 26 são realmente jogadoras

Reportagem do ‘Sexta às 9’ revela ainda que a verdadeira selecionadora não foi sequer colocada na lista de afegãos a retirar do país.

Portugal acolheu falsa seleção afegã? Só 7 de 26 são realmente jogadoras
Notícias ao Minuto

23:49 - 19/11/21 por Notícias ao Minuto

País Polémica

Foram recebidas com pompa e circunstância em Portugal e notícia em várias partes do mundo, por terem conseguido fugir às mãos dos talibãs, no Afeganistão. Contudo, menos de dois meses depois, o programa da RTP ‘Sexta às 9’ descobriu que, afinal, apenas sete das 26 jovens afegãs acolhidas pelo nosso país como jogadoras de futebol pertencem à Seleção Nacional Júnior afegã.

O alerta foi dado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) depois de “constatar diferenças de atributos técnicos e físicos entre as próprias jovens – de diferentes idades, com diferentes experiências na prática desportiva”.

Perante isto, a federação contactou a FIFA, no sentido de confirmar o registo desportivo das jogadoras, e esta, por sua vez, contactou a Federação Afegã de Futebol. Não tendo resposta, a FIFA informou a FPF que “a inscrição das jogadoras deve ser tratada como se fosse a primeira, devendo ainda ser dado cumprimento às regras de proteção de menores”.

Em reação a esta suspeita, o ministro dos Negócios Estrangeiros revela que as jovens da Seleção Afegã de Futebol foram incluídas nos grupos a resgatar depois de Portugal ser “contactado pelas autoridades norte-americanas, nomeadamente pela Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID)”. Contudo, Augusto Santos Silva recusa pronunciar-se sobre o facto de não pertencerem à equipa afegã, assegurando que Portugal deu prioridade a desportistas e garante que as jovens foram sujeitas a um procedimento de avaliação de segurança.

Entretanto, a verdadeira selecionadora da Seleção afegã, que está a viver noutro país europeu e não foi sequer colocada na lista de pessoas a retirar do Afeganistão, revelou ao programa da RTP1 que conhece apenas sete das jovens que embarcaram como jogadoras de futebol.

Já Farkunda Mutaj, de 23 anos, apresentada publicamente como “capitã” da equipa, em setembro, em Belém, vive desde os dois anos no Canadá. De acordo com o Sexta às 9, a jovem vive há um mês num dos hotéis mais caros de Lisboa, onde a diária mais baixa ronda os 660 euros.

Além de ser o elo entre as jogadoras e as famílias que, entretanto, chegaram esta semana a Lisboa, Farkunda trabalha há quatro meses para a Weatherman Foundation, que financia a Delivery Fund, nestas operação de resgate do Afeganistão.

A jovem admitiu que foi ela, mais uma jogadora e uma treinadora da Seleção que selecionaram as jovens que viriam a ser recebidas por Portugal como jogadoras de futebol, mas garante que “das 23 raparigas, a maioria, tem uma identificação de jogadoras da Seleção afegã”. Já as outras “que não tinham identificação da Seleção afegã, enviavam fotos vestidas com equipamentos da Seleção afegã, ou na federação de futebol, a treinar e a competir no futebol”.

Questionada sobre quantas não tinham essa identificação, Farkunda não soube responder, remetendo uma resposta para mais tarde, que a RTP garante nunca ter recebido.

Leia Também: Emoção. Jogadoras refugiadas em Portugal abraçam capitã em Belém

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