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Miríade: PJ e PJM fizeram primeiros controlos de aviões em março de 2020

O Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas revelou hoje que a Polícia Judiciária e a Polícia Judiciária Militar fizeram os primeiros controlos de aviões em Figo Maduro em março de 2020, após as suspeitas de tráfico por militares.

Miríade: PJ e PJM fizeram primeiros controlos de aviões em março de 2020
Notícias ao Minuto

18:27 - 19/11/21 por Lusa

País Operação Miríade

O almirante António Silva Ribeiro respondia a uma pergunta do deputado centrista Telmo Correia na Comissão de Defesa Nacional, no parlamento, sobre a fiscalização feita aos aviões militares.

O CEMGFA adiantou que o primeiro "envolvimento da Polícia Judiciária e da Polícia Judiciária Militar nos controlos em Figo Maduro [aeródromo]" foi feito "a 05 de março [de 2020], quando houve um voo de reabastecimento da Força Nacional Destacada" e depois num "voo de retração a 12 de março".

De acordo com o chefe militar, depois de conhecidas as suspeitas de tráfico de diamantes por militares em missão na República Centro Africana, o "trabalho próximo" com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a Autoridade Tributária, com a Polícia Judiciária e a Polícia Judiciária Militar "intensificou-se com a partilha de informação", a partir de janeiro de 2020.

Respondendo a uma outra questão, o CEMGFA disse também que na quinta-feira "já foi realizada uma reunião coordenada pelo EMGFA" para reanalisar "aquilo que poderá ser eventualmente a sofisticação de uma eventual rede" e para se ponderar se é necessário "rever alguns dos procedimentos" de controlo implementados a partir das duas denúncias, de janeiro e fevereiro de 2020.

"Desde os factos iniciais, daqueles do dia 02 de janeiro de 2020 e 13 de fevereiro, nunca mais as nossas forças tiveram qualquer denúncia relativa a comportamentos inapropriados de militares no teatro da República-Centro Africana ou em qualquer outro teatro", garantiu ainda o CEMGFA.

O chefe militar citou ainda a carta que escreveu para as Nações Unidas, datada de 10 de março de 2020, na qual informa a ONU de que tinha chegado ao conhecimento do EMGFA "o possível envolvimento de militares portugueses em atividades ilícitas que tem o potencial de vir a constituir crime económico" e que "todas as investigações" estavam a ser "conduzidas debaixo de segredo de justiça".

O CEMGFA disse ter tido resposta por parte do comandante da força da MINUSCA, que felicitou as autoridades militares portuguesas por terem encaminhado as suspeitas para as entidades judiciais.

O almirante Silva Ribeiro respondia a uma ronda de perguntas, na qual o deputado comunista António Filipe considerou que não desvalorizar a gravidade dos factos conhecidos "conta positivamente para garantir o prestígio das FA", questionando o ministro da Defesa e os chefes militares presentes sobre medidas de prevenção adotadas para que situações idênticas não se repitam.

Na resposta, o ministro da Defesa disse que os factos conhecidos não permitem "desvalorizar a gravidade do que aconteceu" e que, a serem verdade, estão revestidos de "tripla gravidade".

Primeiro, por "haver ilegalidades" cometidas por cidadãos, segundo, por serem militares e terem "responsabilidades acrescidas", e em terceiro lugar, por terem alegadamente ocorrido "num país extremamente frágil", durante uma missão da ONU.

"É indesculpável, mas convém não perdermos noção das proporções", vincou.

Pelo CDS-PP, Telmo Correia considerou que o ministro trouxe ao parlamento uma "narrativa" sobre os acontecimentos, questionando o governante sobre o que é que lhe foi dito desde o início das suspeitas.

Gomes Cravinho vincou que "não tinha nenhuma informação no que diz respeito à dimensão e à escala e mesmo à própria natureza do que foi denunciado em 08 de novembro" nomeadamente que envolviam tráfico de "ouro, estupefacientes" e que estaria envolvida uma "associação criminosa".

"O que soube inicialmente no início de janeiro e depois a 13 de fevereiro não me permitia vislumbrar algo que resulta de 22 meses de trabalho da Polícia Judiciária", insistiu.

Leia Também: "Muitíssimo difícil" que factos se repitam, diz Chefe das Forças Armadas

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