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Rendeiro vendeu 8 quadros por mais de 1 milhão. Mulher chorou em tribunal

Os negócios foram realizados entre outubro de 2020 e outubro deste ano. Uma das obras de arte estará, neste momento, em exposição, em Bruxelas.

Rendeiro vendeu 8 quadros por mais de 1 milhão. Mulher chorou em tribunal
Notícias ao Minuto

15:03 - 29/10/21 por Notícias ao Minuto com Lusa

País João Rendeiro

A mulher de João Rendeiro escusou-se, esta sexta-feira, a prestar declarações numa audiência em tribunal, sobre o paradeiro das obras de arte de que é fiel depositária, alegando não ter "condições psicológicas" para o fazer.

"Não estou em condições psicológicas, [...] peço muita desculpa", disse Maria de Jesus Rendeiro, a chorar.

Maria de Jesus Rendeiro é fiel depositária da coleção de arte arrestada desde 2010 e foi notificada para estar presente hoje no tribunal, em Lisboa, precisamente nessa qualidade.

Também a sua advogada disse que a cliente não queria prestar declarações, até porque não se podem ignorar as condições em que está e porque à margem deste processo deverá decorrer um processo processo-crime.

Maria de Jesus Rendeiro, mulher do antigo presidente do BPP João Rendeiro, poderá ser acusada do crime de descaminho.

A juíza do processo considerou que o tribunal reparou que Maria de Jesus Rendeiro "não está em condições psicológicas ou emocionais de prestar declarações".

Rendeiro vendeu 8 quadros apreendidos. Um está em exposição

Já o advogado da massa insolvente do BPP revelou, em tribunal, que oito das obras de artes arrestadas a João Rendeiro foram vendidas por este por 1,3 milhões de euros, entre 23 de outubro de 2020 e 1 de outubro de 2021.

Um dos quadros estará mesmo, segundo Miguel Coutinho, neste momento, exposto em Bruxelas, numa exposição aberta ao público. Já em casa de Rendeiro está apenas uma falsificação da obra de arte em questão.

À saída do tribunal, em Lisboa, o advogado do BPP (banco em liquidação) disse que não queria prestar mais informações, referindo apenas que destes processos fica "clara a mensagem de que, de facto, o crime não compensa".

No processo de hoje, em que foi chamada a depor, Maria de Jesus Rendeiro não é arguida nem enfrenta qualquer processo crime.

Recorde-se que a Polícia Judiciária (PJ) visitou a casa de João Rendeiro e de Maria de Jesus Rendeiro, no condomínio da Quinta Patino, em Cascais, sendo que, segundo disse hoje a juíza, não foram encontradas 15 obras que deviam estar na sua casa e à sua guarda. E que quatro obras apresentam indícios de não serem originais.

O antigo presidente do Banco Privado Português (BPP) João Rendeiro, que em 28 de setembro foi condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por burla qualificada, está em parte incerta, fugido à justiça.

O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.

O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, bem como um outro processo relacionado com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancária.

Leia Também: Rendeiro. Três obras arrestadas foram vendidas através da Christie's

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