Juízas portuguesas expressam solidariedade para com o povo afegão
A Associação das Juízas Portuguesas (AJP) manifestou hoje a sua solidariedade para com o povo do Afeganistão, em especial as magistradas afegãs, e apelou a que a ajuda humanitária internacional inclua também a retirada de juízes.
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País Afeganistão
Em comunicado, a organização destacou o "trágico desenvolvimento da situação" no país "e as consequências que já se fazem sentir no que respeita aos direitos das mulheres", reiterando o seu "profundo repúdio".
A AJP adiantou que está em contacto com a International Association of Women Judges (IAWJ) para se articular com iniciativas que "permitam a salvaguarda da segurança física das mulheres e magistradas afegãs e respetivas famílias".
A nível nacional, a postura da AJP passa, no imediato, por pedir à comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias e ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para que, no limite das suas competências, tomem iniciativas que contribuam para uma "solução que permita apoiar e proteger os afegãos" que queiram abandonar o Afeganistão.
Perante os "dramáticos acontecimentos" dos últimos dias no Afeganistão, com o regresso dos talibãs ao poder, a Associação Portuguesa de Mulheres Juristas (APMJ) juntou-se também à AJP para expressar a "total disponibilidade para participar em qualquer ação ou atividade que vier a ser realizada com o fito de defender os Direitos Humanos das Mulheres no Afeganistão", em concertação com a IAWJ.
Os talibãs conquistaram Cabul no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
Face à brutalidade e interpretação radical do Islão que marcou o anterior regime, os talibãs têm assegurado aos afegãos que a "vida, propriedade e honra" vão ser respeitadas e que as mulheres poderão estudar e trabalhar.
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