Ao longo dos últimos anos a mulher de Bruno Silva passou todos os dias no pórtico de Alfena na A41, em Valongo. Como não tem Via Verde, o valor das portagens era pago posteriormente em Pay Shops, como prevê a lei.
Mas no início deste mês, Bruno Silva recebeu em casa 24 cartas da Autoridade Tributária e Aduaneira que o acusavam de incumprimento relativo ao pagamento das portagens.
“É imoral”, começou por dizer, ao Notícias Ao Minuto, Bruno Silva.
O proprietário do veículo em causa explicou que quando comprou o carro fê-lo com recurso a um crédito da financeira Santander Consumer que, por obrigatoriedade contratual, ficou com o registo do automóvel a seu cargo.
“Paguei 200 euros ao Santander Consumer para que fizesse o registo do carro. Mas ao tratarem do processo inseriram mal a minha morada e, por isso, não recebi qualquer notificação da Ascendi para pagar o valor das portagens em falta”, assegurou Bruno, que referiu nunca ter reparado no erro constante do Documento Único Automóvel.
A Ascendi é a concessionária da A41 que cobra as portagens, e as suas notificações, garante Bruno Silva, nunca lhe chagaram a casa.
Por seu lado, o Santander Consumer já admitiu o erro. Num documento enviado a Bruno Silva a financeira assume que “quando procedemos ao registo informático, por lapso dos nossos serviços, colocámos o número de porta incorreto”.
Apesar do reconhecimento do erro, Bruno teve mesmo de pagar os mais de 1.676 euros uma vez que o processo já está nas Finanças. Isto porque, atualmente, as dívidas relativas a portagens são fiscais o que faz com que ao valor em dívida acresçam ainda juros de mora e outras taxas.
Mas Bruno não desiste de comprovar que a culpa do valor elevado não é sua. “Eu quero pagar aquilo que devo que são cerca de cinco ou seis euros, o valor das portagens em falta”, mas trata-se de uma dívida que está longe dos 1.676 euros cobrados.
Contactado pelo Notícias Ao Minuto, o Santander disse apenas que "ao abrigo do sigilo bancário" não pode tecer qualquer comentário sobre o caso.