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O caso Vieira "é um polvo de interesses, que tem tido proteção política"

Francisco Louçã debruçou-se o processo Cartão Vermelho, que levou à detenção de Luís Filipe Vieira, no âmbito de uma investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado e algumas sociedades.

O caso Vieira "é um polvo de interesses, que tem tido proteção política"

Com prejuízo de milhões de euros para o Novo Banco e, por consequência, para os contribuintes, o caso que envolve Luís Filipe Vieira, que suspendeu o seu mandato como presidente do Benfica, é descrito por Francisco Louçã como "um processo sinistro, de manipulação", como "um polvo de interesses que se move neste contexto e que tem tido proteção política".

No seu habitual espaço de comentário da SIC Notícias, o ex-coordenador do Bloco de Esquerda referia-se aos apoios dados pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo presidente da câmara municipal de Lisboa, Fernando Medina, ao ex-dirigente, tendo ambos feito parte da comissão de honra da candidatura de Luís Filipe Vieira nas últimas eleições à presidência do clube.

"Foi muito polémico que o primeiro-ministro, António Costa, embora a título pessoal, e o presidente da CML, Fernando Medina, embora a título pessoal, fizessem parte desta comissão", disse o comentador. "A sua vida pessoal é também pública, o apoio foi público", acrescentou, sublinhando que foram decisões que causaram "um incómodo".

No entender de Louçã, "quando foram as ultimas eleições, há uns meses, não era viável dizer que não se soubesse disto". 

De um modo geral, o conselheiro de Estado acredita que os políticos "querem ter uma espécie de bênção dos clubes do futebol e os dirigentes aproveitam-se disso", sendo esta "a forma como a política se submete ao futebol e isso tem sido lamentável".

Por outro lado, Louçã alertou para a longevidade de alguns dirigentes desportivos no poder. "É preocupante que haja presidentes de clubes com tanto poder que se eternizem no poder. Luís Filipe Vieira está há 18 anos na presidência, Pinto da Costa há 39 anos. É claro que esta consolidação do poder por um período tão excessivamente longo é sempre problemático do ponto de vista da possibilidade de abuso de poder".

Luís Filipe Vieira, recorde-se, foi um dos quatro detidos na quarta-feira, numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado e algumas sociedades.

Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) estão em causa factos suscetíveis de configurar "crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais".

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