Uma nota publicada na página da internet da PGRP refere que, por despacho proferido no dia 27 de março, foi deduzida acusação contra uma arguida imputando-lhe a prática de dois crimes de homicídio qualificado e dois crimes de profanação de cadáver.
De acordo com a investigação, a mulher terá entrado em trabalho de parto na casa onde vivia, tendo dado à luz duas crianças com vida, entre as 35 e as 36 semanas da gestação, às quais "não prestou, ou solicitou que fossem prestados, quaisquer cuidados imediatamente após o nascimento".
Ao invés, segundo o MP, "na execução do que já antes tinha planeado, não estimulou o choro, não tentou desimpedir-lhes as vias aéreas, antes as embrulhou e impediu de respirar, acabando por causar as suas mortes".
"O MP considerou que foram recolhidos indícios suficientes de que a arguida, encontrando-se grávida sem o desejar, decidiu ocultar o seu estado e manter a gravidez sem qualquer acompanhamento médico", refere a mesma nota.
Na mesma nota, a Procuradoria refere que a arguida colocou as duas crianças num saco, no interior da mala do automóvel que utilizava habitualmente, com o propósito de posteriormente as levar para outro local e se desfazer dos seus corpos, o que não veio a acontecer em virtude de terem sido encontradas por um terceiro que alertou as autoridades.
A 20 de janeiro de 2020, a PSP encontrou dois fetos sem vida, do sexo feminino, dentro de um carro numa rua de Espinho, no distrito de Aveiro.
Na altura, a Polícia identificou uma mulher de 25 anos, presumível gestante, que se encontrava internada em unidade hospitalar, tendo dado conhecimento deste caso ao Ministério Público e à Polícia Judiciária.