APIFARMA pede resolução de "grande desigualdade" no acesso a medicamentos
A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA) apelou hoje à criação de um Fórum de Alto Nível no sentido de procurar respostas para as "situações de grande desigualdade" no acesso a novos medicamentos na Europa.
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País Medicamentos
"A mitigação do impacto desta pandemia e a reconstrução de uma Europa coesa e preparada para o futuro dependerá, 'a priori', da capacidade de constituir um Fórum de Alto Nível para Melhorar o Acesso à Inovação em Saúde", lê-se numa nota enviada pela APIFARMA no final da conferência digital "Inovação em Saúde: Não deixar ninguém para trás".
De acordo com a associação, este Fórum deverá reunir "todos os intervenientes na área da Saúde -- reguladores, autoridades de saúde, profissionais de saúde, doentes, academia, indústria farmacêutica e demais autoridades" com o objetivo de "debater novas formas de assegurar o acesso a novos tratamentos, garantindo a sustentabilidade dos sistemas de saúde no quadro de uma Europa competitiva a nível global".
Ao longo da conferência, os oradores demonstraram uma "preocupação comum" quanto aos "desequilíbrios registados nos tempos de acesso às inovações médicas e aos tratamentos já existentes" entre os países da União Europeia (UE).
"Os dados apresentados indicam que o tempo médio de espera entre a autorização de introdução no mercado e o acesso dos doentes pode ter grandes variações, chegando a ter diferenças superiores a 700%", refere-se na mesma nota.
Enquanto no norte/oeste da Europa, o acesso dos doentes a "medicamentos inovadores demora entre 100 a 350 dias após a autorização de introdução no mercado", no sul/leste da Europa "o tempo de espera pode chegar aos 850 dias", sublinha a associação.
Os especialistas consideram, por isso, "premente harmonizar este período de avaliação e de disponibilização, garantindo a equidade no acesso à inovação dentro do espaço europeu".
Segundo a APIFARMA, a realização deste Fórum de Alto Nível permitiria chegar a uma série de propostas para colmatar estes desafios, entre outras, propostas que visem "acelerar o processo regulamentar, fornecendo diagnósticos, vacinas e tratamentos seguros e de alta qualidade aos doentes o mais rapidamente possível" e "aumentar o rigor da informação relativa à disponibilização ao doente de produtos aprovados a nível central".
Nos próximos anos, a associação prevê "uma quantidade de inovação em Saúde sem precedentes", o que obrigará, na sua perspetiva, "a uma redução do atrito nas áreas regulatórias e a uma verdadeira convergência na avaliação das tecnologias de saúde inovadoras".
"A APIFARMA defende que os países europeus devem ter a capacidade de responder por igual aos desafios atuais e futuros da Saúde", quer seja na "investigação, desenvolvimento e abastecimento de produtos de saúde", como na "prevenção, no combate e na resposta a crises sanitárias e no tratamento de doenças como o cancro e outras doenças não transmissíveis de elevada prevalência", sublinha o documento.
A conferência digital "Inovação em Saúde: Não deixar ninguém para trás", organizada pela APIFARMA e pela Federação Europeia da Indústria e Associações Farmacêuticas (EFPIA), no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da UE, contou com vários intervenientes da área da saúde e da indústria farmacêutica para debater e apresentar soluções que promovam a competitividade da Europa, o acesso aos cuidados de saúde e a investigação e desenvolvimento de inovação.
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