A reestruturação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), conforme anunciada pelo ministro da Administração Interna, seria "desastrosa para o país", defendeu esta quinta-feira Acácio Pereira, o presidente do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Ao longo da manhã os cerca de 200 inspetores estiveram concentrados em frente à Assembleia da República, onde exibiam faixas a manifestaram o descontentamento.
A manifestação surge no seguimento do anúncio feito pelo ministro da Administração Interna de que os inspetores vão passar para a PSP, GNR ou Polícia Judiciária, após a reestruturação do SEF.
"A situação do SEF é algo que nos preocupa", afirmou Acácio Pereira aos jornalistas depois de ter sido recebido pelo grupo parlamentar do PSD. "Esta é uma matéria que deve merecer o consenso de todos os partidos políticos com assento na Assembleia da República e não apenas ser uma matéria decidida em Conselho de Ministros. Apelamos aos partidos da oposição para que impeçam esta tentativa absurda de reestruturação e extinção do SEF."
Durante o protesto, os dirigentes do sindicato foram recebidos por deputados do grupo parlamentar do PSD e entregaram também uma missiva ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
Segundo o sindicato, o SEF tem cerca de 1000 inspetores.
Na semana passada, o ministro da Administração Interna anunciou que os inspetores do SEF vão integrar a PSP, a GNR ou a Polícia Judiciária, forças que vão acolher as funções policiais deste serviço após a sua reestruturação.
Eduardo Cabrita avançou que o serviço vai passar a chamar-se Serviço de Estrangeiros e Asilo e terá como grande função o apoio aos imigrantes e refugiados que vivem em Portugal.
O governante explicou que a reforma, que passa pela separação entre as funções policiais e as funções de autorização de documentação de imigrantes, está prevista no programa do Governo e irá desenvolver-se ao longo de todo este ano.
[Notícia atualizada às 13h00]
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