"Não é a primeira vez que docentes do Instituto Politécnico de Bragança [IPB] são desafiados para novas funções governativas, o que é também um reconhecimento do profissionalismo e da qualidade dos quadros do IPB, sendo a saída da professora Aida Carvalho mais um exemplo claro", indica a direção do Instituto, num comunicado envido à agência Lusa.
Para os responsáveis pelo IPB, há a certeza de que Aida Carvalho desempenhará "com relevância e distinção este novo desafio na sua carreira, sabedores de que será necessário ao Politécnico encontrar soluções internas para colmatar mais esta saída".
No IPB desde 2001, ao longo do seu percurso académico e profissional, Aida Carvalho ocupou diversas funções de distinta natureza, como diretora da licenciatura em Turismo, membro da comissão científica do mestrado em Marketing Turístico, membro do conselho técnico-científico, do conselho pedagógico, assim como na coordenação do departamento de Artes e Humanidades na Escola Superior de Comunicação Administração e Turismo, em Mirandela, no distrito de Bragança.
"Na sua atividade de investigação, participa no Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo (CiTUR), no âmbito do qual a sua ação se tem destacado em abordagens que incorporam tecnologias emergentes e aquela que tem sido, ao longo dos anos, a sua paixão pelo estudo, preservação, promoção e difusão da história e cultura desta região", descreve a mesma nota.
A professora Aida Maria Oliveira Carvalho, do Instituto Politécnico de Bragança, foi nomeada presidente do conselho diretivo da Fundação Côa Parque, em Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda, anunciou hoje o Ministério da Cultura.
"A nova presidente da Fundação Côa Parque, tem 47 anos, é doutorada em Ciência da Cultura, pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e mestre em História das Populações, pela Universidade do Minho. Detém ainda uma pós-graduação em Turismo e Património Religioso, pela Universidade Católica de Lisboa e uma pós-graduação em Gestão Cultural, pelo Instituto Politécnico do Porto. Licenciou-se em Estudos Europeus, pela Universidade Lusófona do Porto", informa o comunicado do ministério tutelado por Graça Fonseca.
Esta nomeação surge na sequência da morte, após doença súbita, do anterior presidente da fundação, Bruno Navarro, ocorrida no passado dia 30 de janeiro, que esteve à frente da instituição nos últimos três anos.
O Governo é representado no seio da Fundação pelos ministérios da Cultura e da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, em estreita articulação com representantes do Turismo de Portugal, do Ambiente, da Câmara de Vila Nova de Foz Côa e da Associação de Municípios do Vale do Côa.
O espaço arqueológico do Vale do Côa, tutelado da Fundação Côa Parque, divide-se em dois eixos fluviais principais: 30 quilómetros ao longo do rio Côa, com os sítios da Faia, Penascosa, Quinta da Barca, Ribeira de Piscos, Canada do Inferno, e 15 quilómetros pelas margens do rio Douro, nas áreas de Fonte Frireira, Broeira, Foz do Côa, Vermelhosa, Vale de José Esteves e Vale de Cabrões.
Como uma imensa galeria ao ar livre, o Vale do Côa apresenta mais de mil rochas com manifestações rupestres, identificadas em mais de 80 sítios distintos, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há cerca de 25.000 anos.
A arte rupestre do Côa, inscrita na Lista do Património Mundial da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) desde 1998, foi uma das mais importantes descobertas arqueológicas do Paleolítico superior em finais do século XX em toda a Europa.
Aquando da descoberta "Arte do Côa", em 1994, os arqueólogos portugueses asseguraram tratar-se de manifestações do Paleolítico Superior e tratar-se de "um dos mais fabulosos achados arqueológicos do mundo".
O Museu do Côa nasceu em 2010, na sequência da descoberta dos sítios de arte rupestre do Vale do Côa, em 1994, e da sua classificação pela UNESCO como Património Mundial em 1998.
Uma vez que "o verdadeiro museu é o Vale", as coleções de originais guardadas no museu são uma amostragem, constituída por peças de arte móvel paleolítica, recuperadas em contexto de escavação, e artefactos arqueológicos que vão sendo descobertos nos trabalhos de pesquisa que aqui prosseguem desde a criação do Parque Arqueológico.
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