A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou novas recomendações para a atividade física e comportamento sedentário que a Direção-Geral da Saúde (DGS) deu a conhecer numa tradução para português. Produzido no final de 2020, o princípio base do documento "é o de que toda a atividade física conta e de que quanto mais, melhor".
As indicações são individualizadas para crianças e adolescentes (5 a 17 anos), adultos (18 a 64 anos), idosos (65 anos ou mais), mulheres grávidas e no pós-parto, adultos e idosos com doenças crónicas (18 anos ou mais), crianças e adolescentes (5 a 17 anos) com deficiência e adultos (18 ou mais) com deficiência.
A DGS indica que há seis "princípios básicos" nas recomendações. "A atividade física é boa para o coração, o corpo e a mente", "qualquer quantidade de atividade física é melhor do que nenhuma, e quanto mais melhor", "toda a atividade física conta", "o fortalecimento muscular beneficia toda as pessoas", "demasiado comportamento sedentário pode ser prejudicial à saúde" e "todas as pessoas podem beneficiar com o aumento da atividade física e redução do comportamento sedentário, incluindo mulheres grávidas e no pós-parto e pessoas com doenças crónicas e deficiências".
O que recomenda o plano consoante as várias faixas etárias?
O plano recomenda para as crianças e adolescentes, entre os 5 e os 17 anos, pelo menos 60 minutos de atividade física, três dias por semana, sustentando que nesta faixa etária o exercício melhora a aptidão cardiorrespiratória e muscular; a saúde cardiometabólica, óssea e mental; a cognição e a redução da gordura corporal.
Nos adultos, entre os 18 e os 64 anos, a atividade física reduz a mortalidade por todas as causas e por doenças cardiovasculares; a incidência de hipertensão, de alguns tipos de cancros, e da diabetes tipo 2; melhora a saúde mental, o funcionamento cognitivo e o sono.
Para estes a recomendação é de 150 a 300 minutos de atividade moderadas ou de 75 a 150 minutos de atividades vigorosa ou, ainda, uma combinação das duas, ao longo da semana.
Nos idosos com mais de 65 anos, além dos benefícios descritos para o grupo anterior, o plano ressalva que a atividade física ajuda a prevenir quedas e lesões relacionadas, e o declínio da saúde óssea e da capacidade funcional.
No caso dos adultos ou idosos com doenças crónicas os tempos de atividade física recomendada são similares, ressalvando o plano que quando não for possível cumprir as recomendações, as pessoas em causa "devem ter como objetivo praticar atividade física de acordo com suas capacidades".
E finalmente, a recomendação para as mulheres grávidas e no pós-parto é para que pratiquem 150 minutos de atividade moderada, reduzindo assim o risco de pré-eclâmpsia, de hipertensão gestacional, de diabetes gestacional, do ganho excessivo de peso, de complicações no parto e de depressão no pós-parto, de complicações no recém-nascido, de efeitos adversos do peso ao nascer e do risco de natimortalidade.
Pode ler aqui o documento original da Organização Mundial da Saúde [em inglês]
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