Meteorologia

  • 03 MAIO 2024
Tempo
11º
MIN 10º MÁX 19º

Covid-19: Fórum Médico critica lacunas e atrasos no plano de vacinação

Organizações que representam os médicos referem que a vacinação contra a Covid-19 avançou para outros grupos, antes de terminar o grupo dos profissionais de saúde, "numa estratégia ditada pela manipulação da perceção pública".

Covid-19: Fórum Médico critica lacunas e atrasos no plano de vacinação
Notícias ao Minuto

09:50 - 08/02/21 por Melissa Lopes

País Pandemia

Após uma reunião extraordinária para analisar o atual contexto da pandemia, o Fórum Médico emitiu um comunicado no qual aponta "lacunas" ao plano de vacinação contra a Covid-19 anunciado em dezembro último. De um mogo geral, as várias lacunas do plano prendem-se com "a identificação dos grupos de risco, operacionalização e fiscalização da vacinação".

Apesar disso, o Fórum Médico - que é composto pela Ordem dos Médicos, sindicatos e associações - vê como positivo que se tenha definido, desde o primeiro momento, "que seria prioritário vacinar os médicos e outros profissionais de saúde para evitar o colapso de um sistema já em rutura".

Acontece que, "objetivamente constata-se, no entanto, que o processo de vacinação dos profissionais de saúde está significativamente atrasado em relação aos prazos anunciados", apontam as várias estruturas, criticando que, ao mesmo tempo, se anuncie e se avance para a vacinação de outros grupos, "numa estratégia ditada pela manipulação da perceção pública".

No comunicado é referido que do Serviço Nacional de Saúde (SNS) estarão vacinados apenas cerca de 30% dos médicos e cerca de 7% no setor privado e social. Assim, "a desproteção dos restantes médicos cria evidentemente um risco acrescido de dificuldades no combate à pandemia, bem como no acesso a consultas, exames e cirurgias", defendem, acrescentando que esta situação está a gerar uma "forte indignação entre os médicos e as organizações que os representam".

O Fórum Médico reforça que a vacinação dos profissionais de saúde (e posteriormente dos estudantes de medicina em fase de estágio clínico) "é crítica para o controlo da pandemia e para a recuperação do nosso país", exigindo que esta seja gerida e monitorizada "de forma séria e transparente". "Exigimos informação permanente e atualizada do número de vacinas administradas, por local e grupo profissional, sendo urgente que o Ministério da Saúde crie as condições necessárias para o efeito", pode ler-se.

As estruturas que representam os médicos condenam ainda a gestão política do dossier da pandemia, que consideram estar "claramente desvinculada de quem trabalha no terreno, levando a uma incapacidade de antecipar as medidas necessárias e ao desaproveitamento dos intervalos entre as 'ondas' pandémicas para o reforço e preparação dos serviços".

Os médicos apontam o dedo ao Executivo por ter optado, desde o primeiro momento, "parar, por sucessivas vezes, a atividade não Covid-19, deixando as pessoas com outras doenças condenadas a ficar sem resposta em tempo útil, ou com um tempo de resposta que pode comprometer a sua evolução clínica, e sem que se vislumbre um plano que lhes dê melhores perspetivas, a curto ou médio prazo".

Os médicos defendem que o efetivo reforço de recursos humanos médicos no SNS e o aproveitamento precoce de todos os recursos de saúde no país "poderia e deveria ter minorado este problema" e lembram que "por cada cama alocada à Covid-19, apoiada numa estratégia de comunicação que anuncia uma elasticidade sem fim, sabemos que alguém com outra doença ficou de fora".

De acordo com os dados do Ministério da Saúde, já foram administradas em Portugal 395.904 vacinas contra a Covid-19, sendo que mais de 104 mil já levaram a segunda toma.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.310.234 mortos no mundo, resultantes de mais de 105,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 14.158 pessoas dos 765.414 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Leia Também: AO MINUTO: Voltam aulas à distância; AstraZeneca só para menos de 65 anos

Recomendados para si

;
Campo obrigatório