A nova geração de testes rápidos de deteção de antigénio são "a arma mais recente" da Direção-Geral da Saúde (DGS), no combate à pandemia. A grande diferença deste tipo de testes "é a maior rapidez de acesso ao diagnóstico de Covid-19". Ainda assim, há outras características que distinguem este rastreio dos outros e, para esclarecer todas as dúvidas, a DECO Proteste realizou um 'dossier' como toda a informação essencial sobre o tema.
O que são os testes de pesquisa de antigénio, mais conhecidos como testes rápidos?
Os testes de pesquisa de antigénio foram desenvolvidos exclusivamente para o diagnóstico do SARS-CoV-2 e "visam detetar proteínas específicas do vírus produzidas no trato respiratório". Os testes são realizados "através da colheita de amostras de exsudado (normalmente, da nasofaringe) com um cotonete (zaragatoa)".
"A tecnologia envolvida é semelhante a um teste de gravidez. Os testes de pesquisa de antigénio podem ser realizados em pequenas séries, com baixa complexidade de execução técnica, e não implicam o recurso a um laboratório", detalha a maior organização de defesa do consumidor no país, acrescentando que os resultados destes testes ficam, na maioria dos casos, "disponíveis para leitura visual ou ótica no equipamento portátil no espaço de 10 e 30 minutos".
Os testes rápidos são fiáveis?
Sobre a fiabilidade dos testes de pesquisa de antigénio, a DECO Proteste denota que estes, em princípio, "têm uma menor sensibilidade do que os testes moleculares (RT-PCR), particularmente quando a carga viral é mais baixa". Ou seja, pode ser mais difícil detetar, com este tipo de testes, o novo vírus se o doente tiver na recta final da infeção. "Contudo, quando a carga viral é elevada (nos dias que antecedem os sintomas e nos cinco a sete dias depois do aparecimento dos mesmos), o potencial destes testes aumenta", garante a entidade.
"Em suma, os testes rápidos de deteção de antigénio usados são fiáveis, sobretudo quando usados numa fase inicial da doença, e podem orientar as decisões em saúde pública e a vigilância da Covid-19, permitindo, por exemplo, isolar antecipadamente casos assintomáticos, ou obter um diagnóstico rápido numa fase inicial da doença", conclui.
Quem deve submeter-se aos testes rápidos?
De acordo com a norma da DGS relativa à Estratégia Nacional de Testes para SARS-CoV-2, que entrou em vigor em 9 de novembro, os testes rápidos de antigénios, relembra a organização, estão indicados para:
- Pessoas com sintomas e indicação para vigilância clínica e isolamento no domicílio nos primeiros cinco dias (inclusive) de doença;
- Pessoas assintomáticas que tiveram ou mantêm contacto de alto risco (por exemplo, profissionais de saúde) com algum caso confirmado de Covid-19, se o teste molecular não estiver disponível ou não permitir a obtenção do resultado em menos de 24 horas;
- Surtos em escolas, lares e outras instituições, sob coordenação das equipas de saúde pública;
- Doentes sintomáticos com indicação para internamento, mas antes de serem admitidos, nos casos em que o teste molecular não esteja disponível ou não permita obter resultados em tempo útil;
- Pessoas sem sintomas e sem contacto de alto risco com caso confirmado, no contexto da admissão hospitalar, em estruturas residenciais para idosos, em unidades da rede nacional de cuidados continuados integrados e em instituições de acolhimento social, entre outras. Nestes casos, o uso de testes rápidos visa prevenir e mitigar o impacto da covid-19 nos serviços de saúde e nas populações vulneráveis.
Há testes rápidos à venda nas farmácias?
Quanto à venda destes testes, segundo o Infarmed e a DGS, estes só podem ser realizados em laboratórios hospitalares e em unidades prestadoras de cuidados de saúde "que cumpram requisitos de segurança elevados", com "condições de higiene e biossegurança adequadas". Por essa razão e por ser desaconselhada a realização de testes por iniciativa própria, "não faz sentido estarem disponíveis na farmácia".