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Açores Assembleia Regional "entrou no epicentro da política açoriana"

O comentador político Elias Pereira considerou hoje que a Assembleia Regional "saiu da escuridão da noite" e "entrou no epicentro da política açoriana", de onde "nunca deveria ter saído", face aos resultados das últimas eleições regionais.

Açores Assembleia Regional "entrou no epicentro da política açoriana"
Notícias ao Minuto

14:06 - 27/10/20 por Lusa

País Elias Pereira

"O parlamento dos Açores saiu da escuridão da noite e entrou no epicentro da política açoriana, de onde nunca devia ter saído. A plural representação dos cidadãos enriquece a vontade coletiva e alinha-se com os novos modelos de governo ancorados na concertação", afirmou Elias Pereira à agência Lusa.

Elias Pereira é advogado de profissão, comentador político em vários órgãos de comunicação social regionais e também membro do Conselho Superior de Magistratura.

Para o comentador, o resultado das eleições regionais do passado domingo não significa "um período de instabilidade política", porque o "povo tem sempre razão".

No seu entender, uma das conclusões dos últimos resultados eleitorais é que os "ciclos políticos muito longos causam profunda erosão" e levam a que o "pragmatismo impere" perante "a derrogação de princípios" ideológicos e partidários.

Para a perda da maioria absoluta do PS, que a detinha desde 1996, Elias Pereira destacou os "problemas conjunturais agravados com a pandemia" e a questão financeira da transportadora área regional SATA, bem como outros "problemas estruturais" da região.

"Os problemas estruturais não resolvidos da educação e cultura e mesmo da saúde, aliados a uma pobreza originaram um grande descontentamento na população, porventura, com maior incidência nos jovens", acrescentou.

Sobre os cenários pós-eleitorais, Elias Pereira salientou que a vontade do eleitorado "está dividida com ligeira tendência da direita, o que poderá originar uma geringonça invertida da existente", afirmou.

"Não me parece que partidos como PPM ou CDS tenham espaço político para virarem à esquerda, sob pena de serem engolidos em próximo ato eleitoral. Até pelo próprio Chega e pela Iniciativa Liberal, não vislumbro que, depois do dito [durante a campanha], tenham hipótese de virar naquele sentido", defendeu.

O comentador prevê dificuldades para o PS conseguir um "acordo para formar governo", pois "resta-lhe o Bloco de Esquerda e a incógnita do PAN": "aguarda-se um período interessante", previu.

Nas eleições regionais do passado domingo, a taxa de abstenção foi de 54,6%, inferior à registada em 2016 (59,2%), um valor que o analista considera ainda "muito elevado" e que "exige medidas imediatas".

Nas eleições regionais de domingo, o PS perdeu a maioria absoluta nos Açores, só tendo conseguido eleger 25 deputados do total de 57 parlamentares da Assembleia Legislativa Regional, com 40.701 votos (39,13%).

O PSD, com 33,74% (35.091 votos), garantiu 21 mandatos, seguido pelo CDS-PP com 5,51% (5.734 votos), que elegeu três deputados, além de um parlamentar em coligação com o PPM (com 115 votos).

O Chega, que teve 5,06% (5.260 votos), elegeu dois deputados, tal como o BE, que alcançou 3,81% (3.962 votos).

O PPM obteve 2,34% (2.431 votos) e elegeu um deputado, além de um outro eleito em coligação com o CDS-PP. A Iniciativa Liberal e o PAN conseguiram 1,93% dos votos, elegendo um deputado cada.

Apesar de ter vencido as legislativas, em números absolutos o PS perdeu 2.573 votos em relação a 2016, enquanto o PSD, o segundo mais votado, cresceu, tendo obtido mais 6.301 votos do que há quatro anos.

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