Tentativa de fraude? Sementes enviadas por correio já foram analisadas
Ao Ministério da Agricultura chegaram 57 pacotes de sementes asiáticas que os portugueses receberam sem terem solicitado e algumas delas são proibidas na União Europeia. Nos EUA, há uma teoria que justifica este fenómeno e que aponta para uma tentativa de fraude.
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País Sementes
O fenómeno dos pacotes de sementes de países asiáticos enviados pelo correio chegou aos 'quatro cantos do mundo' e o Departamento de Agricultura dos EUA tem uma teoria que o explica. Por cá, o Ministério da Agricultura recebeu e analisou 57 pacotes de sementes.
No início de setembro, o Ministério da Agricultura alertou para o envio postal de pacotes de sementes de países asiáticos e solicitou que estas não fossem semeadas nem deitadas ao lixo. Deveriam, isso sim, ser encaminhadas para a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
O gabinete de Maria do Céu Antunes indicou ao Notícias ao Minuto que, até à data, chegaram à DGAV "57 pacotes de sementes entregues por cidadãos nacionais e que não as tinham solicitado".
As sementes foram devidamente analisadas e "identificaram-se 23 espécies vegetais diferentes, que incluem sementes de plantas exóticas". Foram ainda identificadas outras sementes cuja entrada na União Europeia é proibida, tais como "sementes de citrinos, por poderem transmitir várias doenças dos citrinos".
Indicou também o Ministério da Agricultura que "os ensaios de germinação já realizados têm mostrado que se tratam de sementes vivas com capacidade germinativa".
A que se deve este fenómeno?
As autoridades ainda não conseguem explicar com exatidão o motivo que justifica este envio não solicitado, mas o Departamento de Agricultura dos EUA tem uma teoria, acreditando se tratará de uma tentativa de fraude, conhecida como 'brushing'.
Esta prática melhora a reputação de lojas online com avaliações falsas, mas exige o envio de encomendas. Basicamente, é feito o envio de mercadorias não solicitadas com o objetivo de registar compras falsas, sendo que os pedidos são realizados em nome de clientes que não existem.
Esses clientes falsos, explica o site G1, podem então deixar avaliações positivas na página da loja online ou até nos produtos que são comercializados. Porém, este feedback só pode ser deixado quando o cliente recebe a encomenda, que pressupõe um envio. Alguns sites exigem, inclusive, um número de rastreamento da encomenda.
Esta prática é justificada pela necessidade de o vendedor melhorar a sua reputação, o que irá ajudar a incrementar as vendas.
O mesmo meio de comunicação brasileiro indica ainda que as moradas usadas no 'brushing' são normalmente conseguidas através de informação de lojas que são 'atacadas' por piratas informáticos.
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