"Os nossos filhos estão meio matriculados, porque já têm matrícula feita em algumas disciplinas no conservatório, mas depois não têm escola pública", disse à Lusa Filipe Ramos, porta-voz deste grupo de encarregados de educação.

Em causa estão 20 alunos do ensino articulado de música e dança do Conservatório de Música de Aveiro Calouste Gulbenkian que se matricularam no 7.º ano de escolaridade e que "estão a aguardar colocação administrativa".

Os pais dizem ter sido informados pelo diretor do conservatório de que os seus filhos iriam ser colocados numa turma na escola EB 2,3 de São Bernardo, mas consideram que esta solução "não é viável".

"Essa escola fica fora do centro da cidade, o que inviabiliza que os alunos possam deslocar-se a pé até ao conservatório. Não se vai imaginar um aluno com um violoncelo a andar três quilómetros a pé para chegar ao conservatório", disse Filipe Ramos.

Este pai de um menino de 12 anos que está a estudar trompete defende que a proximidade da escola ao conservatório "é uma obrigação", até porque "os pais não podem andar a fazer o transporte dos meninos à hora em que eles têm aulas".

Os encarregados de educação querem que os seus filhos sejam colocados na Escola Secundária Mário Sacramento, que dista cerca de um quilómetro do conservatório e onde a maioria dos colegas do ensino articulado a frequentar o 7.º ano se encontra colocada.

"O diretor desta escola já disse ter capacidade para mais uma turma", afirmou Filipe Ramos, queixando-se da "intransigência" por parte da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEST) em "não compreender o que se está a passar".

Os pais alegam que houve um erro no portal das matrículas, porque "não deu uma opção [de escola] igual para todos os pais", e ameaçam impugnar o processo se não for criada outra turma na Secundária Mário Sacramento para esta modalidade de ensino.

"Como há esta situação de uns terem sido colocados e outros não terem sido colocados, e não foram todos com base no mesmo princípio, nós vamos avançar para uma providência cautelar para se repetir o processo de candidatura dos alunos do ensino articulado", avançou Filipe Ramos.

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