O Comandante do Agrupamento Distrital do Centro Norte (CADIS), Pedro Nunes, deixou um alerta às populações de cinco aldeias que se encontram perto da área do incêndio de Oleiros, que foi dominado durante a manhã desta segunda-feira.
Em conferência de imprensa, o responsável detalhou que as povoações de Vale de Cuba, Ribeira da Isna, Isna, Corgas e Pedintal são a "grande preocupação" das autoridades caso haja uma reativação do incêndio.
"Se o fogo abrir novamente, estas aldeias podem, numa fase inicial, ficar na linha do fogo logo nos primeiros 30 a 60 minutos", alertou o comandante reiterando que as "populações devem manter-se alerta para esta situação".
Ainda assim, Pedro Nunes garantiu que o incêndio "está totalmente estável" e que os operacionais no local 'não baixarão a guarda'. Apesar de não se verificar a necessidade de permanecerem 800 operacionais no local, será mantido "o teatro de operações, que garante a vigilância das chamas a "todo o momento", assegurou ainda o responsável.
Confirmando que se estima que tenham ardido cerca de seis mil hectáres, o comandante adiantou que "não há registo de habitações danificadas" pelas chamas, sendo que arderam apenas "casas devolutas e barracões agrícolas".
"Não é tolerável o uso do fogo junto dos espaços florestais"
Ainda em direto para o país, o comandante sublinhou que "não é tolerável que tenhamos fogos devido a negligencia humana", declarações que vieram reforçar a mensagem deixada, primeiramente, pela secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar.
"Podemos ter o melhor dispositivo do mundo - e temos um excelente -, podemos ter todos operacionais que quiserem, mas não podemos ter um bombeiro atrás de cada português. É fundamental, que de uma vez por todas, os portugueses percebam e interiorizem que tem de adequar os seus comportamentos à época em que estão e ao espaço geográfico em que se encontram", alertou asseverando que "não é tolerável o uso do fogo junto dos espaços florestais".
De acordo com Patrícia Gaspar, o que o Governo tem verificado é que "grande parte das ocorrências eram todas evitáveis". Sublinhando que é crítico "que esta mensagem passe" a todos os portugueses, a secretária de Estado recordou que fogo posto é crime e que "não é aceitável" que os cidadãos continuem a ter comportamentos de risco na "época de incêndios".
A governante aproveitou ainda o momento para agradecer a "força, determinação e profissionalismo" de todos os operacionais, "independentemente da cor da farda", que combateram este fogo e apresentou, em nome do Executivo, "sentidas condolências, à família aos amigos e aos camaradas" de Diogo Dias, o bombeiro que faleceu logo no primeiro dia de operações de combate ao incêndio em causa.
O incêndio que deflagrou em Oleiros, no sábado, chegou a estender-se aos concelhos de Proença-a-Nova e Sertã. Este fim de semana, três aldeias - Vale da Lousa, Pedintal e Vale da Cuba - estavam em risco máximo de serem atingidas pelas chamas. Perto da meia-noite continuavam no terreno a combater as chamas 971 operacionais, apoiados por 303 viaturas.
Na sequência do incêndio, que foi dado como dominado esta manhã, foram registados uma vítima mortal e sete feridos, cinco deles ligeiros e dois graves.