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Presidente do parlamento da Madeira adverte para problema social grave

O presidente do parlamento da Madeira disse hoje que as medidas de contenção da covid-19 criaram um "problema social gravíssimo", advertindo que a situação penaliza também a classe média e vai agravar-se nos próximos seis meses no arquipélago.

Presidente do parlamento da Madeira adverte para problema social grave
Notícias ao Minuto

16:44 - 29/05/20 por Lusa

País Coronavírus

"Se tivermos consciência de que há 3.205 empresas em 'lay-off', que 43 mil trabalhadores estão também em 'lay-off', perdendo um terço do rendimento, temos a noção que está criado um problema social gravíssimo na Região Autónoma da Madeira", afirmou José Manuel Rodrigues.

O presidente do parlamento regional, que ocupa o cargo por indicação do CDS-PP, na sequência da coligação de governo com o PSD, falava no decurso de uma visita à Cáritas Diocesana do Funchal, no centro da capital madeirense.

"Eu sei que há uma classe média que está com enormes problemas, mas que, por razões de preconceito e de complexo, tem dificuldade em pedir ajuda", declarou, salientando que o governo regional criou mecanismos de apoio para todos os setores da sociedade.

A Cáritas Diocesana do Funchal, por exemplo, recebeu 500 mil euros do Fundo de Emergência Social, que tem uma dotação total de 5 milhões de euros, distribuídos por 16 instituições particulares de solidariedade social.

A organização ficou responsável por apoiar famílias nas freguesias da Sé, Santa Maria Maior e Santa Luzia, três das dez que compõem o concelho do Funchal.

"Eu acho que ninguém deve ter preconceito ou complexo de pedir ajuda", declarou José Manuel Rodrigues.

O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira advertiu, no entanto, que os próximos seis meses vão ser "muito difíceis", porque os apoios do Estado e da União Europeia só vão chegar, eventualmente, no início do próximo ano.

José Manuel Rodrigues manifestou-se ainda preocupado com as famílias que vivem em casas arrendadas, mas não possuem documentos que o comprovam, bem como com os agentes da "economia informal", que não estão coletados nas Finanças e, por isso, ficam impedidos de recorrer a apoios do Estado.

O responsável mostrou-se, por outro lado, confiante de que haverá "boas notícias" da parte do Governo da República, liderado pelo socialista António Costa, nos próximos dias em relação à Lei das Finanças Regionais e à moratória sobre o pagamento de duas prestações do empréstimo da região ao Estado.

José Manuel Rodrigues sublinhou a necessidade de alterar os limites de endividamento do arquipélago previstos na Lei das Finanças Regionais, para permitir o recurso ao financiamento no mercado, bem como a suspensão do pagamento de duas prestações da dívida regional, no valor de cerca de 97 milhões de euros, em julho de 2020 e janeiro de 2021.

"Isso libertaria verbas para poder acudir não só às questões sociais, mas também à economia que está a passar por um momento extremamente difícil", afirmou.

A visita do presidente da Assembleia Regional à Cáritas Diocesana do Funchal insere-se no projeto "Parlamento mais Perto Social", que pretende "aferir da realidade" das instituições que prestam apoio social e assistência alimentar, bem como verificar as dificuldades sentidas pelas pessoas que pedem ajuda na região.

O arquipélago da Madeira mantém o total acumulado de 90 casos de covid-19, com 71 doentes recuperados e 19 ainda ativos, mas sem necessidade de cuidados hospitalares, informou na quinta-feira o Instituto de Administração da Saúde (IASAÚDE).

Em Portugal, morreram 1.383 pessoas das 31.946 confirmadas como infetadas, e há 18.911 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 360 mil mortos e infetou mais de 5,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,3 milhões de doentes foram considerados curados.

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