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Oceanário é "um bom retrato" da atual "unidade" na política nacional

À margem de uma visita ao Oceanário de Lisboa, o Presidente da República recusou comentar a alegada crise interna no Governo, que teve António Costa e Mário Centeno como protagonistas. Mas aproveitou para reiterar o papel dos portugueses nesta fase de desconfinamento.

Oceanário é "um bom retrato" da atual "unidade" na política nacional
Notícias ao Minuto

19:00 - 21/05/20 por Filipa Matias Pereira com Lusa

País Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa visitou, esta quinta-feira, o Oceanário de Lisboa e à saída, em declarações aos jornalistas, voltou a reforçar a importância da unidade para vencer a pandemia de Covid-19. O chefe de Estado recusou, porém, retomar o tema que marcou a atualidade política nacional na semana passada: a saída, que terá estado iminente, do ministro das Finanças.

Considera Marcelo que, desde que foram registados os primeiros casos em Portugal, "tem havido unidade no diálogo e tendencialmente na ação. Só assim foi possível pôr de pé o Estado de Emergência na democracia portuguesa, renová-lo duas vezes e continuar agora numa diversa situação jurídica no combate a uma pandemia, que não desapareceu, que continua presente na vida de todos nós, e que queremos que seja controlada ao mesmo tempo que abrimos a economia e a sociedade".

Já sobre a alegada crise interna do Governo, que envolveu António Costa e Mário Centeno, o Presidente frisou, perentoriamente, que "não formula juízos sobre a realidade governativa a não ser para dizer que, neste momento,  há um combate conjunto à pandemia e a convergência é fundamental".

Seguir-se-á "o combate à crise económica e social" e também aí "o diálogo entre os protagonistas políticos é muito importante e a definição de linhas não apenas para o curto, mas para o médio prazo".

Marcelo foi ainda questionado relativamente à convivência entre o Presidente da República e o primeiro-ministro, mas mais uma vez optou por não fazer "considerações nem declarações sobre protagonistas da cena política nacional". Porém, destacou, "há um esforço muito grande de concertação de pontos de vista e de parceria perante as crises a pensar no futuro do país".

Aproveitou o chefe de Estado para enfatizar o papel dos portugueses, sobretudo nesta fase do desconfinamento, considerando que tiveram "um comportamento exemplar reconhecido por todo o mundo. Não foi preciso coagir os portugueses. E esse confinamento atingiu mais de 90%. Portugal foi um exemplo de que a economia que não parou. A agricultura não parou, a indústria não parou, mas quem não estava a trabalhar ficou em confinamento com uma decisão voluntária".

Mais. Nesta fase, a segunda do desconfiamento, "os portugueses estão com grande maturidade cívica a fazer passos seguros, com cautela", assumiu Marcelo Rebelo de Sousa sublinhando que tem testemunhado que "estão a fazer a passagem do confinamento ao desconfinamento com segurança, mas com crescente abertura".

E esta transição segura é justificada também pela "sabedoria de muitos séculos de história. Os números até agora reportados demonstram que foi havendo uma abertura, mas que não determinou pressão em matéria de internamentos ou de cuidados intensivos. Apesar de alguns surtos, da concentração ser diferente, se olharmos para o valor do R nos últimos cinco dias está aquém de um".

Harmonia entre espécies no Oceanário é "um bom retrato" da política portuguesa

Durante a visita ao Oceanário de Lisboa, que durou cerca de duas horas e meia, o Presidente mostrou-se curioso com o convívio entre espécies de oceanos diferentes e ouviu explicações sobre os equilíbrios e hierarquias nos aquários, ficando a saber que neste caso quem manda é uma garoupa que comeu um tubarão.

À saída, confrontado com a opinião manifestada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, de que a sua personalidade e a do primeiro-ministro, António Costa, "combinam harmoniosamente", o chefe de Estado preferiu falar em termos mais gerais.

"Acho que o Oceanário é um bom retrato daquilo que tem sido o enfrentar da pandemia nos últimos meses: a harmonia entre Presidente da República, presidente da Assembleia da República, primeiro-ministro, Governo, líder da oposição, partidos da oposição, em sessões epidemiológicas, no debate franco e na aprendizagem de um caminho comum", declarou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "tem havido ao longo dos meses essa harmonia e essa unidade, unidade no diálogo e unidade tendencialmente na ação", e isso é algo "que os portugueses respeitam e louvam, porque obviamente para vencer a pandemia é muito importante esta unidade".

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