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"É expectável que todos os dias surjam 200 a 300 novos casos", admite DGS

Secretário de Estado da Saúde e Diretora-Geral de Saúde apelaram aos portugueses que continuem a cumprir as recomendações sanitárias, apesar da tendência de estabilização da curva epidemiológica no país. "Em algumas regiões do nosso país o vírus ainda circula bastante", avisou Graça Freitas, admitindo ser por isso de esperar que todos os dias surjam 200 a 300 novos casos de infeção.

"É expectável que todos os dias surjam 200 a 300 novos casos", admite DGS
Notícias ao Minuto

13:20 - 14/05/20 por Melissa Lopes

País DGS

Depois de conhecidos os dados do boletim epidemiológico desta quinta-feira que acompanha a evolução do surto de Covid-19 em Portugal, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, e a diretora-geral de Saúde Graça Freitas fazem o ponto de situação na habitual conferência de imprensa diária. 

O governante começou por destacar que há cerca de 74 mil profissionais de saúde a fazer vigilância clínica através da plataforma Trace Covid que, neste momento, já envolve cerca de 345 mil utentes. 

A Linha de Saúde 24, destacou, "continua a ser uma das principais portas de entrada do SNS", recebendo em média cerca de 7 mil chamadas, "mantendo-se a tendência para a estabilização nas últimas semanas,  quer no número de chamadas, quer nos tempos de reposta que é de menos de um minuto". 

Sobre a linha de aconselhamento psicológico, o o Secretário de Estado disse que esta já permitiu o atendimento de cerca de 9.500 chamadas, mil das quais efetuadas por profissionais de saúde. Esta linha está a funcionar desde o dia 1 de abril e atende em média cerca de 233 chamadas por dia.  O governante disse ainda que a linha funciona com 64 psicólogos que estão ao serviço por escalas.

Os profissionais em questão receberam "formação específica" para a intervenção psicológica para a intervenção de crise, realçou Lacerda Sales, lembrando que a linha está disponível para todos os cidadãos que "não devem hesitar em usar em caso de stress, ansiedade e dificuldades em lidar com o isolamento social"

No que toca a equipamentos, chegou na terça-feira um voo com 4.8 milhões cirúrgicas, 220 mil zaragatoas e 22 mil fatos de proteção integral, material que será prontamente "distribuído consoante as necessidades". "Estamos por isso empenhados em garantir que o SNS continue a dar respostas quer Covid-19, quer não Covid-19, e continuaremos firmes neste caminho", vincou.

Respondendo às questões colocadas, Graça Freitas afirmou que a curva epidemiológica de Portugal "não é diferente da de outros países europeus", assinalando que passaram mais de 10 dias das medidas de desconfinamento e que "não se refletiu ainda" - não quer dizer que não venha a refletir-se - nenhuma influência na curva".

A responsável apontou que "tudo indica que, apesar de termos desconfinado e retomado atividade, os portugueses mantém as medidas de segurança". No entanto, salvaguardou, "é expectável que todos os dias surjam 200 a 300 novos casos". "Hoje ficamos nos 187, mas pode variar um bocadinho", uma vez que "em algumas regiões do nosso país o vírus ainda circula bastante", podendo surgir "pequenos surtos". "Basta um surto numa fábrica, numa creche, basta pessoas serem apanhadas num rastreio como positivas que aumenta, de facto, o número de casos", exemplificou. 

Seja como for, "estamos dentro do que é normal e expectável para a evolução da epidemia no nosso país, com algum controlo que foi conseguido, quer com as medidas de saúde pública e adesão dos portugueses, quer com as medidas" e a capacidade da saúde pública em detetar, isolar e tratar casos.

"Há aqui um forte dispositivo assistencial do SNS quer a nível da saúde pública, quer a nível da parte dos hospitais e dos seus profissionais", resumiu, avisando novamente que o combate ao novo coronavírus "não acabou": "Vamos ter casos todos os dias e temos de continuar a fazer força sobre a mola, o vírus vai tender sempre a infetar-nos, temos de contrariar essa tendência"

Sobre o R (a capacidade que uma pessoa tem de transmitir a doença a outra), que o Presidente da República adiantou, à saída da reunião no Infarmed, rondar o 1%, a diretora-geral voltou a referir que este parâmetero é apenas um dos indicadores para perceber como está a epidemia. Outros dados a ter em conta são, nomeadamente, os números de internamentos e os internamentos em UCI. O R nacional situa-se agora à volta de 1%, confirmou, admitindo "pequenas assimetrias regionais".

"Lisboa e Vale do Tejo tem agora um R ligeiramente superior ao resto do país porque é de facto a região que tem registado mais casos nos últimos dias, mas não é um número muito elevado", referiu a responsável, justificando isso com os "pequenos surtos, como sabem, na Azambuja e no Montijo". Mas não me parece, pelo menos até agora, que reflicta nenhuma movimentação especial depois do desconfianamento", disse Graça Freitas, acreditando que "a situação parece controlada", embora tenhamos de aguardar mais alguns dias. 

A terminar a conferência, o secretário de Estado salientou que o Governo quer que os portugueses tenham confiança. "Mas confiança sempre com uma salvaguarda da segurança. Fica aqui uma vez mais o apelo para que não facilitemos", reforçou, pedindo aos portugueses para que mantenham, mesmo com uma curva estabilizada, os comportamentos e as orientações da DGS

Especificamente sobre as mortes por Covid-19 nos lares, a diretora-geral deu conta que 477 óbitos (na região Norte 259, Centro 138, em Lisboa e Vale do Tejo 75, no Alentejo 1 e no Algarve 4). "Estas insituições são uma grande preocupação de todos nós", referiu, assinalando que os mais vulneráveis têm que ser protegidos e que estão a ser tomadas medidas. As visitas aos lares, recorde-se, vão ser retomadas na próxima segunda-feira, mas "em segurança" e "com muitas regras e cuidados". "É uma nova normalidade, não é retornar ao passado e visitar as pessoas sem um conjunto de comportamentos", realçou. 

Nesta altura, já foram realizados em Portugal 584. 121 mil testes, o que faz do país o 5.º na Europa que mais testa. "Estamos a fazer um esforço muito grande para testarmos e reforçarmos esta testagem", informou ainda o secretário de Estado da Saúde, quando questionado sobre se estão a ser planeados momentos de testagem diferidos no tempo. Lacerda Sales afirmou que "é importante começarmos a definir riscos e segmentos de risco", sendo com base nessa "ponderação" e "estratificação" que se tomarão decisões. 

Recorde aqui a conferência da DGS 

Leia Também: AO MINUTO: "Desconfinamento muito contido"; Covid-19? DGS publica manual

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