Em declarações à agência Lusa, o responsável disse que as cantinas sociais "estão esgotadas" em Portalegre, sem capacidade de dar resposta às necessidades que surgem diariamente.
"Há problemas em Portalegre a que nós não temos capacidade de responder, como a situação de pessoas que estão já a passar algumas necessidades alimentares. As cantinas sociais estão esgotadas, superlotadas e não têm possibilidade de dar resposta", relatou.
"Há situações de pessoas que têm uma carência alimentar muito grande, sobretudo entre a população migrante, Nós temos casos muito concretos de pessoas, duas famílias, que nem sequer têm habitação", sublinhou.
De acordo com Elicídio Bilé, essas famílias de Portalegre tinham alguns recursos financeiros com que iam pagando a pensão onde viviam, mas agora, não tendo capacidade para pagar as despesas, "ficam sem teto e sem alimentos", constituindo uma situação de "pobreza total".
Lembrando que a maioria da população de Portalegre é idosa, Elicídio Bilé alertou ainda que se verifica um crescimento do número de pedidos de ajuda junto da Cáritas.
Segundo o responsável, a fome e a pobreza constituem um problema que começa a "agravar-se" em Portalegre, uma vez que o distrito já vivia com "graves problemas sociais" antes da pandemia.
"A situação de Portalegre já vem de trás, com graves problemas sociais, derivados da crise financeira que tivemos anteriormente. Estava agora numa fase de mitigação, mas que é agravada com esta crise epidemiológica", disse.
Portugal regista 629 mortos associados à covid-19 em 18.841 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
No Alentejo, segundo a DGS, há 156 casos de infeção confirmados e ainda não se registou qualquer morte por covid-19.