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Doentes deslocados nos Açores regressam a casa "nos próximos dias"

O responsável da Autoridade de Saúde Regional dos Açores disse hoje que os açorianos deslocados por razões de saúde deverão regressar à sua ilha "nos próximos dias", justificando a demora com a necessidade de garantir condições de segurança.

Doentes deslocados nos Açores regressam a casa "nos próximos dias"
Notícias ao Minuto

22:18 - 30/03/20 por Lusa

País Covid-19

"O regresso a casa desses cidadãos prevê-se nos próximos dias. Sendo pessoas de condição de saúde mais frágil, era muito mais arriscado colocar estas pessoas a serem transportadas em aeronaves com pessoas que ainda na altura circulavam de forma livre com a região e com o exterior e inter-ilhas", afirmou o responsável máximo da Autoridade de Saúde Regional dos Açores, Tiago Lopes, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.

Desde o dia 19 de março que as ligações aéreas e marítimas entre as ilhas dos Açores estão limitadas ao transporte de carga e a situações excecionais de transporte de passageiros, com autorização prévia da Autoridade de Saúde Regional, e apenas duas ilhas (Terceira e São Miguel) têm ligações aéreas com o continente português.

Questionado sobre o facto de existirem pessoas de outras ilhas retidas na ilha de São Miguel há 15 dias, Tiago Lopes disse que a Autoridade de Saúde Regional já instituiu um procedimento para tentar agilizar as autorizações, dando prioridade às deslocações por motivos de saúde.

O responsável sublinhou, contudo, a necessidade de estas pessoas regressarem a casa "com a devida segurança", alegando que neste momento há um "maior controlo de quem circula nas aeronaves".

"Agora é muito mais fácil controlar as suas deslocações, porque passam pela delegação de saúde. É verdade que é um processo mais burocrático, mas atendendo ao problema de saúde pública que estamos a viver neste momento, temos de ter um crivo da delegação de saúde", frisou.

Sobre o apoio financeiro do executivo açoriano no período em que os doentes são obrigados a permanecer fora da sua ilha de residência, Tiago Lopes avançou que o valor da diária pago aos utentes e acompanhantes será mantido até ao seu regresso.

Confrontado com relatos de várias pessoas que partilharam voos com doentes infetados com o vírus da covid-19, que terão visto o seu período de quarentena ser prolongado, o responsável da Autoridade de Saúde Regional rejeitou que tal se tenha devido à falta de capacidade da região para fazer análises laboratoriais, reforçando que só no passado domingo foram sinalizados 108 casos suspeitos.

"Foi decidido prolongar o período de quarentena por via dos contactos identificados e dos casos positivos que têm vindo a ser identificados nos últimos dias e para salvaguarda. Pecando por excesso, as delegações de saúde disseram a alguns desses contactos próximos que prolongassem por mais alguns dias o período de quarentena", assegurou.

Quanto aos 15 cidadãos açorianos retidos no Aeroporto de Nice, em França, há mais de uma semana, por terem tido contacto com três casos positivos, detetados na Austrália, a bordo de um navio de cruzeiro, Tiago Lopes disse apenas ter informação de que "qualquer um deles está clinicamente estável".

Os Açores tê atualmente 47 casos confirmados da covid-19 (18 em São Miguel, nove na Terceira, oito no Pico, sete em São Jorge e cinco no Faial), sendo que 10 destas pessoas estão internadas nos três hospitais da região, mas apenas um está na unidade de cuidados intensivos.

A deteção de duas cadeias de transmissão local levou o executivo açoriano a determinar a criação de um cordão sanitário no concelho da Povoação, na ilha de São Miguel.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 750 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 36 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 148.500 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 140 mortes, mais 21 do que na véspera (+17,6%), e 6.408 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 446 em relação a domingo (+7,5%).

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