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"A sobrevivência dos doentes graves depende da capacidade dos hospitais"

Cardiologista explica pandemia do novo coronavírus a todos os"tugas" que acham que este sacrifício "é inútil".

"A sobrevivência dos doentes graves depende da capacidade dos hospitais"

Um médico cardiologista do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho partilhou um texto impressionante nas redes sociais que já se tornou viral. A publicação já foi partilhada por mais de 4600 pessoas, tem 300 comentários e conta já com 5 mil reações.

Mas vamos ao que realmente interessa. As palavras de Daniel Caeiro são chocantes, mas são também um alerta para quem acha que a Covid-19 é apenas uma gripe, para quem continua a achar que ‘isto só acontece aos outros’.

O profissional de saúde começa por se dirigir ao “tuga”, que após algumas semanas em casa, vai ficar “aborrecido” e achar que todo este sacrifício é inútil. Mas não é. Tal como a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Governo já explicaram, assim como milhares de especialistas por todo o mundo, Daniel Caeiro garante o número de mortos em Portugal vai depender muito do número de pessoas que acatem ou não as medidas de proteção já anunciadas, inclusive o isolamento.

Previsivelmente a partir da próxima semana, a sobrevivência dos doentes graves vai depender da capacidade dos serviços de saúde de os acolher. Trocado por miúdos se tu ou se alguém da tua família ficar doente e precisar de um ventilador, se a capacidade do hospital for de 100 doentes e tu fores o 101, vais morrer. Só isso. Achas que por ser jovem não vais ter problemas porque vais ter uma simples gripe? Enganas-te! Se tiveres uma qualquer doença, um enfarte, um acidente ou se precisares de ser operado, vais morrer…”, diz o médico.

E engana-se se acha que os ventiladores que estão a ser adquiridos nos últimos dias por várias entidades vão resolver tudo. “Achas que eles trabalham sozinhos? 25% dos profissionais de saúde poderão ser capazes de trabalhar com um (número otimista). Os outros 75% terão dificuldade em encontrar o botão de On/Off. E não, os tutoriais do Youtube não resolvem o assunto”, esclarece Daniel Caeiro.

Na mesma publicação, o cardiologista apela que sempre que alguém tenha uma consulta ou vá a uma urgência informe o médico se tem febre, tosse, dificuldade respiratória ou algum sintoma do novo coronavírus.

“Por favor não me mintas. Vou tratar-te da mesma maneira, da única forma que sei. Vou é tomar precauções diferentes. Vou-me equipar de forma mais completa para te tratar e ficar protegido”, pede.

E porque é que os profissionais de saúde não usam sempre este equipamento de proteção (como pode ver na foto acima, também partilhada por Daniel Caeiro)? Porque, denuncia o médico, “simplesmente não há equipamentos de proteção suficientes”.

Antes de terminar, o cardiologista revela que um dos seus colegas “foi para casa”, precisamente porque um paciente omitiu-lhe este tipo de informação.

E se o que acontece se os médicos começarem a ficar doentes? “Se daqui a uns dias precisares de um ventilador eu sou um dos que está treinado com esse tipo de equipamento. Se estiver em casa, se calhar consigo explicar por telefone ao colega que me vai substituir onde está o botão de ligar…. Portanto daqui uns dias se estiveres mesmo aborrecido, e te apetecer ‘arejar’ podes vir substituir-me no hospital. Assim posso eu ir para casa para junto da minha família. TU ficas no hospital a tratar dos outros e quiçá da tua família. Boa sorte (vais precisar de muita…) FICA EM CASA!”, concluiu Daniel Caeiro.

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