A Polícia de Segurança Pública (PSP) reagiu esta tarde de segunda-feira, através de comunicado, à denúncia de agressão feita através das redes sociais, ilustrada por alguns vídeos que mostram vários agentes da Unidade Especial de Polícia (UEP) a tentar imobilizar duas mulheres de forma violenta, num incidente que culminou no disparo de um tiro para o ar.
De acordo com a PSP, uma das mulheres no vídeo agrediu um dos agentes depois de desobedecer a ordens policiais, motivo pelo qual estava a ser imobilizada. A outra mulher (de amarelo) interveio nesta altura - não conhecendo a primeira -, por causa do uso de força dos agentes, sendo também alvo de violência, motivo pelo qual denunciou o caso nas redes sociais.
A autoridade refere que o "incumprimento reiterado das ordens que estavam a ser transmitidas e a hostilidade dessas pessoas para com os polícias" culminou no disparo de advertência.
Nos vídeos publicados nas redes sociais é possível ver as duas mulheres já a ser imobilizadas pela polícia, com violência. "Eu ontem fui agredida pela polícia portuguesa. Estavam agredindo uma mulher, na frente de um público grande e carnavalesco", disse uma das vítimas, Tai Barroso, que não terá sido detida.
Um outro vídeo mostra uma perspetiva diferente:
PSP diz ter recorrido ao uso de força para "repor a ordem"
A PSP explica que foi chamada à Rua da Cintura do Porto de Lisboa para responder a um alerta para "distúrbios, ruído e ocupação da via pública com impedimento da normal circulação de pessoas e viaturas".
À chegada ao local, os agentes dizem ter-se deparado com um grupo de pessoas que "ocupava a totalidade da rua e impedia a circulação de viaturas", inclusive, "trepando para cima" dos carros que passavam. "A situação descrita, para além de provocar danos nas viaturas que passavam, era claramente perigosa para a integridade física de todos os cidadãos presentes", esclarece a PSP.
O que aconteceu a seguir é resumido a uma questão de desobediência à ordem policial para desobstruir a via, agravada por uma suposta agressão de uma das mulheres a um agente. "Em função do incumprimento generalizado da advertência, foi necessário repor a ordem para desobstruir a via, recorrendo ao uso da força para fazer dispersar as pessoas. Durante este processo, uma mulher agrediu um polícia, razão pela qual foi manietada e detida".
Tai Barroso diz ter intervido numa altura em que a mulher já estaria a ser agredida. A PSP diz que esta não terá sido a única intervenção a originar o tiro de advertência. "Em virtude de vários integrantes do grupo terem tentado impedir a detenção, do incumprimento reiterado das ordens que estavam a ser transmitidas e da hostilidade dessas pessoas para com os polícias, foi efectuado um disparo de advertência para o ar, em segurança, que permitiu cessar os comportamentos hostis e efectuar a detenção da agressora".
A autoridade termina dizendo que a mulher que era alvo da ordem de detenção ficou ferida e foi conduzida ao hospital, tendo sido entretanto libertada e notificada para comparecer no tribunal.