O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, e antigos bastonários vão pedir uma audiência ao Presidente da República para apresentarem um manifesto contra a despenalização da eutanásia, avançou, esta quarta-feira, o jornal i.
O responsável pela ordem profissional espera que o encontro aconteça antes da votação no Parlamento - agendada para o próximo dia 20 deste mês - e que contribua para o desfecho da posição.
Ainda à referida publicação, Miguel Guimarães lamentou a ausência de debate sobre a matéria.
“Algumas pessoas ainda não perceberam que eutanásia é matar, o que é diferente de deixar morrer e não se prolongar a vida de forma artificial e desproporcional, que é algo que o código deontológico médico proíbe”, sublinhou o bastonário.
O bastonário também pediu uma audiência ao chefe de Estado, em 2018, quando se realizou a primeira votação sobre a despenalização da morte assistida.
Profissionais de saúde apelam à despenalização da morte assistida
É de referir que, cerca de 500 profissionais de saúde assinaram uma petição pública pela despenalização da morte assistida, lançada pelo Movimento Cívico Direito a Morrer com Dignidade.
A petição 'Profissionais de saúde apelam à despenalização da morte assistida' foi criada no início de janeiro.
A Assembleia da República agendou para 20 de fevereiro o debate dos projetos do BE, PS, PAN e PEV sobre a despenalização da morte medicamente assistida.
Em 2018, a Assembleia da República debateu projetos de despenalização da morte medicamente assistida do PS, BE, PAN e PEV, mas foram todos chumbados, numa votação nominal dos deputados, um a um, e em que os dois maiores partidos deram liberdade de voto. Há dois anos, o CDS-PP votou contra, assim como o PCP, o PSD dividiu-se, uma maioria no PS votou a favor, o PAN e o BE votaram a favor.
Face ao resultado, os partidos defensores da despenalização remeteram para a legislatura seguinte, que saiu das legislativas de outubro, a reapresentação de propostas, o que veio a acontecer. Na atual legislatura, há, de novo, projetos de lei sobre a morte medicamente assistida apresentados pelo Bloco de Esquerda, PS, PAN e PEV, que determinam as condições em que é despenalizada a eutanásia.