Às 10h30, junto à entrada do edifício da consulta externa do HAL, estava um pequeno aglomerado de pessoas junto das três máquinas para a marcação eletrónica de consultas e, em frente, o balcão de atendimento, encontrava-se vazio, sem qualquer funcionário administrativo.
Apesar desta pequena confusão, sobretudo junto dos mais idosos que têm dificuldade em confirmar eletronicamente as suas consultas, as consultas decorrem praticamente dentro da normalidade.
Ana Gonçalves tinha duas consultas marcadas para o seu filho, uma de desenvolvimento e outra de terapia da fala.
"Fui atendida normalmente na consulta de desenvolvimento e a consulta de terapia da fala foi desmarcada porque a médica não estava", explicou.
Sobre os motivos da greve, Ana Gonçalves manifestou-se de acordo com as reivindicações feitas pelos profissionais de saúde, apesar de admitir que em algumas situações "causam muito transtorno".
"Ao nível da saúde cria-se um pouco o caos, sobretudo para os mais idosos. Quando aqui cheguei, estavam muitos ali junto às máquinas, sem saber o que fazer", disse.
Encostada ao balcão de atendimento da consulta externa do HAL estava Cláudia Reis que tinha marcada uma consulta de alergologia.
"O médico está cá, mas como não há funcionários administrativos tenho que confirmar a consulta nas máquinas, mas como cheguei um pouco depois da hora que está no documento, não consigo fazer a confirmação eletrónica. Vou aguardar para ver como posso resolver o assunto", afirmou.
Esta utente entende os motivos que levam os profissionais de saúde a fazer greve e sublinha que "estão no direito deles", mas admite que esta situação "causa grande transtorno às pessoas".
Marília Lourenço, 52 anos, tinha uma consulta marcada para hoje e não notou quaisquer problemas.
"A consulta estava marcada desde a outra greve de 20 de dezembro. Decorreu tudo dentro da normalidade. Não fui afetada pela greve", disse.
À Lusa, o presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB), Vieira Pires, confirmou a falta de funcionários administrativos na consulta externa do HAL, mas sublinhou que tirando um ou outro caso pontual, tudo está a funcionar dentro da normalidade, não só no HAL, como também nos dois centros de saúde de Castelo Branco.
A Frente Comum da Administração Pública, da CGTP, convocou em dezembro uma manifestação nacional para 31 de janeiro contra a proposta de aumentos salariais de 0,3%, a que se seguiu o anúncio de greves nacionais por parte das estruturas da UGT - a Federação Nacional dos Sindicatos da Administração Pública (Fesap) e a Frente Sindical liderada pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).
Entretanto, várias organizações setoriais marcaram também greves para 31 de janeiro, como são os casos da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), afeta à CGTP, da Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros (FENSE), da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas do Diagnóstico e Terapêutica.