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Governo reforça aquisições em arte portuguesa para 500 mil euros

O Governo vai reforçar o investimento em aquisições de arte contemporânea portuguesa para 500 mil euros em 2020, e incentivar os privados a participar na estratégia, anunciou hoje, em Lisboa, a ministra da Cultura, Graça Fonseca.

Governo reforça aquisições em arte portuguesa para 500 mil euros
Notícias ao Minuto

19:15 - 08/01/20 por Lusa

País Arte

O anúncio foi feito no Palácio Nacional da Ajuda pela governante, numa sessão de apresentação de seis das 21 obras de 20 artistas portugueses que foram escolhidas em 2019 por um comité especializado, e que inclui peças de Vasco Araújo, Filipa César, Alexandre Estrela, Von Calhau, Patrícia Almeida, João Maria Gusmão e Pedro Paiva.

Graça Fonseca disse que, no quadro da estratégia de investimento, promoção e difusão pública da arte contemporânea portuguesa, o Governo vai aumentar de 300 mil para 500 mil euros o valor das aquisições, este ano.

Além deste investimento, segundo a ministra, em ligação com o turismo, "os contratos de concessão celebrados no âmbito do programa conjunto Revive passarão a incluir uma verba destinada à aquisição de obras de arte contemporânea".

As obras adquiridas entrarão para o acervo da Coleção de Arte Contemporânea do Estado (anteriormente conhecida como Coleção da Secretaria de Estado da Cultura) e "será promovida uma verdadeira circulação no território" para exibição destas obras, indicou.

António Júlio Duarte, António Bolota, Carla Filipe, Dayana Lucas, Paulo Mendes, Fernando Brito, Gonçalo Pena, João Jacinto, Miguel Soares, Isabel Carvalho, Pedro Tudela, Silvestre Pestana e Pedro Neves Marques são os outros artistas escolhidos na primeira seleção de aquisições.

A curadora Sandra Vieira Jürgens, da comissão, justificou que na escolha das obras foram privilegiados "o valor artístico e conceptual das obras" e o "seu potencial crítico".

Por seu turno, a ministra salientou que, "ao fim de quase 20 anos, foi retomada uma política pública de aquisições de obras de arte contemporânea".

"Esta medida teve como impulso fundamental a Lei do Orçamento do Estado para 2019, com a inscrição de 300 mil euros para aquisição de obras de arte pelo Estado, uma tarefa que foi confiada à Comissão para a Aquisição de Arte Contemporânea", recordou.

O conjunto de 21 obras de 20 artistas é o primeiro a ser escolhido pela comissão, depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter recebido um grupo de artistas que lhe entregou uma carta de protesto com 200 nomes, como Julião Sarmento, Rui Chafes e Fernanda Fragateiro, a criticar a ausência de apoio ao setor.

Na sessão de apresentação das obras escolhidas, a ministra anunciou que, além dos 500 mil euros que serão aplicados este ano em aquisições, irá ser envolvido o setor privado.

"É essencial envolver todos nesta missão nacional de promover e apoiar a cultura, não apenas as diversas áreas de Governo e entidades públicas, como também entidades privadas", sublinhou.

O objetivo, disse a ministra, é "reforçar, assim, o investimento em arte contemporânea portuguesa e, em simultâneo, alargar-se a rede de exibição de obras de artistas, na medida em que se abre a possibilidade de as obras adquiridas serem expostas nos empreendimentos Revive".

Graça Fonseca afirmou ainda que faz parte da estratégia que as obras circulem pelo país: "Nenhuma coleção de arte cumpre a sua função quando guardada em depósitos ou arredada de um público mais vasto. Tornar a arte visível e visitável, este tem sido o mote já por diversas vezes realçado da estratégia do Ministério da Cultura para as grandes coleções e acervos nacionais de arte".

"Há que promover uma verdadeira circulação dos acervos desta Coleção, numa simbiose entre fruição pública e estudo, por todo o território nacional, para a valorização das suas obras, da arte portuguesa e dos seus criadores, mas também do território, qualificando-o, através da disponibilização de uma oferta cultural e artística capaz de gerar dinâmicas locais de envolvimento, divulgação e reflexão", acrescentou.

Nesta linha, a ministra gostaria de concretizar o sonho de muitos artistas, que é o de criar uma rede de centros de arte contemporânea no país.

A governante adiantou que um dos elementos centrais do trabalho da Comissão para a Aquisição de Arte Contemporânea, além da seleção das obras de arte a adquirir, será planear e executar um programa de exposições das obras adquiridas.

Para este ano já estão previstas duas exposições com estas 21 obras de arte, uma no Museu Nacional de Arte Contemporânea -- Museu do Chiado (MNAC), e outra no âmbito da ARCO Lisboa 2020.

No final da sessão, questionada pelos jornalistas sobre o ponto da situação das obras por localizar da chamada Coleção SEC, Graça Fonseca disse que está a ser reunida toda a informação para apresentar em breve.

As obras da coleção do Estado têm estado espalhadas por vários espaços e museus do país, nomeadamente em Lisboa, no Porto e em Aveiro, e está em curso uma inventariação que estaria concluída no final de 2019.

Questionada sobre a demissão, hoje anunciada, da subdiretora geral das Artes, Ana Senha, a ministra disse apenas que a responsável saiu "por motivos pessoais" e que "em breve será anunciada a sua substituição".

A comissão dedicada à arte contemporânea, que tem uma duração bienal, é composta por sete elementos, as curadoras Sandra Vieira Jürgens e Eduarda Neves, os artistas Manuel João Vieira, Sara Nunes e André Campos, e ainda David Santos, subdiretor geral do Património Cultural, e David Teles Pereira, assessor do gabinete de Graça Fonseca.

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