"Esta informação será útil para a política de prevenção de cheias resultantes de fenómenos naturais extremos, mas também para melhor enquadrar o licenciamento urbanístico na proximidade das linhas de água", referiu, numa nota enviada às redações.
Na sequência do mau tempo que tem assolado Portugal, Matosinhos vai realizar obras de reforços de fundações, acalmia de caudais de água e recuperações de telhados.
No comunicado, a autarquia refere que, em Guifões, a subida no caudal da ribeira causou um aluimento de terras nas duas margens, junto à Calçada da Fonte.
O município vai, por isso, proceder de "imediato" a trabalhos de reforço de fundação da casa existente na margem esquerda com muro de betão armado e de recuperação do suporte da Calçada da Fonte na margem direita com muro de betão ciclópico.
"Serão igualmente adotadas medidas de acalmia de caudal das águas da ribeira através de pequenos açudes. Esta intervenção permitirá melhorar as condições de segurança dos moradores e reabrir rapidamente a calçada", ressalva.
Já em Leça da Palmeira, na Rua Óscar da Silva, deu-se o colapso do sistema de drenagem de águas pluviais no ponto mais baixo daquela artéria.
Por isso, a 06 de janeiro, a câmara vai fazer obra de substituição do coletor existente nesta rua por outro de maior capacidade, entre a Rua de Vila Franca e a Avenida Antunes Guimarães, procedendo ainda à limpeza do troço final existente no interior do Porto de Leixões.
No conjunto habitacional de Carcavelos, durante a madrugada, os ventos fortes provocaram danos nos telhados, estando agora a autarquia a fazer os trabalhos de recuperação.
Em jeito de balanço, a câmara avança que realojou 13 pessoas, entre a noite de quinta-feira e esta madrugada, por estragos nas habitações.
As pessoas desalojadas foram encaminhadas para diferentes espaços do concelho, nomeadamente para casas da MatosinhosHabit e Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS).
No terreno, a autarquia teve 280 operacionais e registou 235 ocorrências entre inundações, quedas de árvores, cortes de estradas e aluimentos de terras, sublinha.
Contudo, não houve feridos a registar, realça.
A passagem da depressão Elsa, em deslocação de norte para sul, provocou em Portugal dois mortos, um desaparecido e deixou perto de 80 pessoas desalojadas, registando-se entre quarta-feira e as 12:00 de hoje cerca de 7.000 ocorrências, na sua maioria inundações e quedas de árvore.
Num balanço feito ao início da tarde, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) referiu que os distritos mais afetados são Porto, Viseu, Aveiro, Coimbra, Braga e Lisboa.
Segundo a Proteção Civil, até às 20:00 deverá verificar-se um agravamento do estado do tempo, sendo depois expectável que a situação comece a estabilizar.
O mau tempo provocou também danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) tem hoje sob aviso laranja (o segundo mais grave) 12 distritos de Portugal continental e a costa norte da Madeira devido sobretudo à agitação marítima. Leiria, Santarém e Portalegre estão sob aviso laranja também devido às previsões de precipitação forte durante a tarde.
O IPMA alertou para os efeitos de uma nova depressão, denominada Fabien, que atingirá Portugal no sábado, em especial o Norte e o Centro, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 120 km/hora nas terras altas.
Segundo o IPMA, os efeitos da depressão Fabien não deverão ter em Portugal continental a mesma intensidade do que os da tempestade Elsa, prevendo-se uma melhoria gradual do estado do tempo a partir de domingo.