O primeiro-ministro português, António Costa, deslocou-se esta segunda-feira a Madrid para participar na Cimeira do Clima (COP25) que tem lugar na capital espanhola de hoje, dia 2 dezembro, até dia 13.
Aos jornalistas o chefe do Governo português começou por sublinhar que é necessário investir cada vez em indústrias não poluidoras e em energias renováveis para "salvar o planeta".
"Temos de investir cada vez mais porque é fundamental para salvar a humanidade, para salvar o nosso planeta mas também porque é um enorme contributo para o crescimento económico", começou por dizer António Costa para logo a seguir recordar os investimentos que Portugal tem feito nesse sentido.
"Hoje temos 54% da eletricidade que consumimos com origem em energias renováveis e isso não prejudicou nem o nosso crescimento económico, nem o custo da energia. Nos últimos quatro anos baixamos 8% do custo da energia, enquanto a UE aumentou 6%. No ano passado baixamos as emissões três vezes mais que a média da UE e, não obstante, crescemos mais do que a média da UE, o que significa que não só é possível como vale a pena", explicou.
Já sobre as apostas futuras, o primeiro-ministro disse que o Governo vai continuar a investigar na energia solar porque "é a tecnologia mais acessível e a mais baixo custo".
António Costa mostrou-se ainda esperançoso com a preocupação cada vez maior da União Europeia pelo clima. "Ainda hoje a senhora Ursula von der Leyen voltou a reafirmar que não só apresentará até março uma lei do clima europeia, como também irá apresentar um grande pacote de investimento para o crescimento com base nas indústrias verdes. Isso é fundamental e Portugal tem aqui uma excelente oportunidade para dar um novo impulso ao crescimento económico", disse.
O governante português aproveitou ainda para relembrar que, devido a investimentos feitos no nosso país nos últimos anos, no âmbito das energias renováveis, da mobilidade e de outras preocupações ambientais, Portugal está "na linha da frente" e "na linha da frente numa nova dimensão que é tão importante como a transição energética, que é a questão dos oceanos".
"Os oceanos são hoje os grandes reguladores do clima à escala global, não têm ainda a visibilidade que as questões energéticas ou da mobilidade têm e é por isso que a segunda Conferência das Nações Unidas sobre os oceanos vai ter lugar em julho do próximo ano, em Lisboa. E é bom ver que este esforço coletivo tem tido reconhecimento internacional", referiu.
Além dessa conferência, António Costa recordou que Lisboa vai ser, no próximo ano, a Capital Verde da Europa, algo que assume ainda mais significado devido ao facto de ser a primeira vez que qualquer cidade do Sul da Europa é a capital verde.
Recorde-se que a cimeira das Nações Unidas sobre o clima (COP25) começou hoje em Madrid. Durante a 25.ª Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que se prolonga até 13 de dezembro, são esperadas delegações de 196 países, assim como os mais altos representantes da União Europeia e várias instituições internacionais, o que pressupõe "a totalidade dos países do mundo", de acordo com um comunicado do Governo espanhol.
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