Meteorologia

  • 02 MAIO 2024
Tempo
11º
MIN 10º MÁX 17º

Campanha da Associação de Cuidados Paliativos quer "dar voz a quem cuida"

A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) lançou uma campanha de sensibilização que pretende ouvir as necessidades dos cuidadores informais, as expectativas dos profissionais de saúde e os compromissos dos decisores políticos.

Campanha da Associação de Cuidados Paliativos quer "dar voz a quem cuida"
Notícias ao Minuto

09:33 - 30/09/19 por Lusa

País Cuidados Paliativos

Promovida no âmbito do Dia Mundial dos Cuidados Paliativos (12 de outubro), a campanha 'Dar voz a quem cuida' visa também alertar "os poderes políticos e quem governa o sistema nacional de saúde" que esta "é a área clínica que mais necessita de investimento para o futuro", disse hoje à agência Lusa o presidente da APCP, Duarte Soares.

"Ao contrário dos anos anteriores, este ano é também o culminar de um ano intenso de trabalho em termos científicos e técnicos e até políticos e públicos e, portanto, o mote da campanha deste ano foi escolhido para darmos voz a quem cuida, tendo em consideração duas vertentes", adiantou o médico.

Uma das vertentes foi a "dura conquista" alcançada este ano, a celebração "em sede da Assembleia da República" do Estatuto do Cuidador Informal.

"O nosso primeiro objetivo é alertar que o Estatuto do Cuidador Informal, tendo sido uma grande vitória, não pode ficar por aqui", disse o médico, defendendo que na próxima legislatura terão que se concretizar "as iniciativas nacionais para reconhecer e para consagrar os direitos dos cuidadores informais".

Duarte Soares salientou que "Portugal é dos países da Europa, se não do mundo, com maior taxa de cuidadores informais" que têm de ser "efetivamente reconhecidos" até numa perspetiva de descentralizar dos hospitais o cuidado aos doentes, às pessoas em fim de vida, às famílias.

Por outro lado, no momento em que decorre mais uma campanha eleitoral, "voltamos a colocarmo-nos na linha da frente" para exigir aos decisores políticos mais investimento nesta área, não só em abertura de camas, não só em abertura de equipas comunitárias, mas sobretudo em convencer os gestores hospitalares e os gestores comunitários de que precisamos de reforço de profissionais de saúde".

Duarte Soares advertiu que "as equipas estão debilitadas, cansadas, a precisar de ser renovadas e de crescer em número" para poder fazer face "às necessidades imensas, exponenciais".

"A ciência faz-nos projeções que são assustadoras e, por isso, temos de ter profissionais preparados, que querem continuar a fazer o seu trabalho de uma forma que respeite as decisões e as vontades das famílias que estão em situação de sofrimento", vincou o médico.

A campanha decorre durante o mês de outubro, mês consagrado aos cuidados paliativos, e irá percorrer vários hospitais do país, com contactos com profissionais de saúde e distribuição de cartazes e panfletos com mensagens de sensibilização e informação para os utentes e famílias.

No 'site' e na página de Facebook da APCP serão divulgadas mensagens e vários vídeos com testemunhos de cuidadores informais, profissionais de saúde e deputados. 

Segundo a APCP, estima-se que existam mais de 800 mil cuidadores informais em Portugal.

Anualmente, cerca de 89 mil pessoas necessitam de cuidados paliativos, assim como pelo menos oito mil crianças e jovens. Contudo, cerca de metade acabam por morrer sem terem acesso a estes cuidados.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório