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Valete diz que feministas deviam lutar pelas mulheres escravas em Lisboa

Artista responde a "feministas burguesas" que não travam luta pelas "mulheres que são praticamente escravas em Lisboa".

Valete diz que feministas deviam lutar pelas mulheres escravas em Lisboa
Notícias ao Minuto

11:48 - 27/09/19 por Melissa Lopes

País Valete

Depois de o vídeo de ‘BBF ter gerado polémica (nele surge um homem, traído, a apontar uma caçadeira à mulher), Valete reage com um vídeo acusando “muitas feministas” de não se importarem com os direitos das mulheres, procurando antes mediatismo.

Valete dirige-se, entre outras mulheres que o criticaram e a quem o artista chama de “feministas burguesas”, à jornalista Fernando Câncio. Diz que esse grupo de feministas é “pessoal ignorante, preconceituoso, que não respeita o rap artisticamente”. “Se eu apresentasse o produto num filme, numa peça de teatro ou num livro, não ia haver problema nenhum”, refere.

O rapper confessa que, normalmente, gosta que os seus temas gerem debate no público, e aproveita a polémica para expor um assunto que já andava  para expor há algum tempo.

“Venho de uma realidade onde as mulheres são escuras demais para terem empregos que não sejam limpeza, venho de uma realidade onde as mulheres são humilhadas uma vida inteira pelo SEF quando precisam de documentação de autorização de residência, são completamente humilhadas”, retrata.

Prosseguindo ainda: “São mulheres que vivem subculturas onde está completamente normalizado terem de trabalhar 12 horas e ainda irem para casa cuidar dos filhos, subculturas onde a violência doméstica está completamente normalizada. Nunca vi nenhuma dessas feministas popstar aqui nos subúrbios a travar a luta feminista com estas mulheres que são praticamente escravas”.

Para Valete, enquanto todas as ativistas do feminismo não tiverem um “projeto de salvação das mulheres escravas nos subúrbios de Lisboa e não só”, serão só “feministas de sofá, de teclado”.

“Uma dessas divas do feminismo, Fernanda Câncio, disse-me a mim que não fala da mulher cigana porque tem medo da reação dos ciganos. Querem fazer feminismo de mãos limpas”, diz, assumindo que o rap vive, em Portugal e não só, o seu momento mais misógino.

“Se houver algum interesse no feminismo burguês em combater a misoginia no rap, Valete nunca poderá ser alvo. Todas as feministas do hip hop sabem disso, todas as femininas do terreno sabem disso”, acrescenta. Na opinião do artista, “muitas dessas feministas mediáticas estão-se a c**** para a luta das mulheres, querem sobretudo mediatismo e levantar a bandeira do feminismo. A luta feminista é a luta mais importante para a sociedade portuguesa (...)”, frisa.

Ora, a polémica originou uma troca de palavras entre a jornalista mencionada, depois de Fernanda Câncio se ter debruçado, no Diário de Notícias, sobre o vídeo polémico.

No blogue Julgular, a jornalista denunciou que Valete lhe enviou mensagens ameaçadoras. "Aconselhava-me a 'conter-me' no Twitter onde, acusava, eu estava 'numa intifada anti-valete'. e terminava dizendo: 'garanto-te que não queres comprar esta guerra.'". 

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