Meteorologia

  • 02 MAIO 2024
Tempo
17º
MIN 10º MÁX 17º

Câmara de Lisboa recusa suspender despejos de casas ocupadas ilegalmente

A Câmara de Lisboa aprovou hoje uma proposta do PCP para uma "intervenção rápida e prioritária na atribuição de habitações" municipais, chumbando propostas do BE e do CDS-PP que pediam a suspensão do despejo de casas ocupadas ilegalmente.

Câmara de Lisboa recusa suspender despejos de casas ocupadas ilegalmente
Notícias ao Minuto

19:39 - 30/05/19 por Lusa

País Executivo

A reunião do executivo municipal lisboeta discutiu hoje um conjunto de propostas sobre habitação municipal, sendo a proposta comunista a única que foi aprovada na globalidade, enquanto o vereador dos Direitos Sociais, Manuel Grilo (BE), que tem um acordo de governo do concelho com o PS, viu chumbada a sua proposta no ponto referente às ocupações de casas municipais.

A proposta do BE pretendia "suspender todas as ordens de desocupação de imóveis habitacionais" municipais, sem "que exista uma alternativa habitacional" para "agregados em situação de vulnerabilidade económica e que cumpram as condições de acesso" estabelecidas no regulamento do regime de acesso à habitação municipal, garantindo o "acompanhamento social necessário" aquelas famílias.

O CDS-PP tinha uma proposta semelhante, que reconhecia às famílias com "grave carência habitacional e que reúnam condições para, nos termos do regulamento municipal de acesso à habitação municipal, serem beneficiárias de uma habitação social, a possibilidade de permanecerem na habitação que ocuparam, até que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a Gebalis [empresa que gere os bairros municipais] encontrem uma solução definitiva para a sua situação".

O vereador bloquista argumentou à Lusa que tem havido ocupações recentemente "sem acompanhamento social e sem alternativa credível", sendo que, "regra geral, são mulheres com crianças" em "desespero absoluto".

"Deviam ser dadas garantias a estas pessoas e proibir estes despejos, até que seja garantida alternativa habitacional e acompanhamento de assistentes sociais", defendeu Manuel Grilo.

O vereador do PSD João Pedro Costa recusou estas propostas, considerando que seria uma "linha de não retorno" de "aceitação das ocupações ilegais de casas".

A vereadora comunista Ana Jara considerou que a proposta de Manuel Grilo tinha "bastantes lacunas", a começar por não especificar se se referia aos imóveis ocupados até à data de hoje ou num prazo mais alargado.

"Também não estava esclarecida a situação das pessoas nesta suspensão. Seria um contrato precário em que moldes? As pessoas continuavam a habitar casas degradadas, sem condições de contratar luz e água? Os imóveis estão muitas vezes em condições indignas. Não sabemos se é isto a resposta operacional do município que o BE propõe", sustentou.

Ana Jara acentuou que a proposta do PCP sobre habitação foi a única a ter uma aprovação global, em todos os seus pontos.

Através do documento apresentado pelos comunistas, a câmara, presidida por Fernando Medina (PS), delibera que sejam concretizadas "medidas para que a Gebalis tenha uma intervenção rápida e prioritária na atribuição de habitações, diminuindo a burocratização dos processos e acelerando os processos de obras, com o objetivo claro de acabar com as habitações devolutas no parque habitacional sob sua gestão".

"Perante situações conhecidas e reconhecidas de ocupações de fogos devolutos, deve a CML e a Gebalis proceder ao tratamento da forma adequada a garantir os devidos apoios e acompanhamentos sociais e psicológicos ao agregado e à família, seja pela ação própria ou por encaminhamento dos casos que cada situação justifica", lê-se na proposta.

A concretização do Programa de Arrendamento a Custos Acessíveis, uma proposta que o PCP fez aprovar no início do mandato, é outro dos pontos contemplados na iniciativa comunista hoje viabilizada, que aponta a "criação de uma bolsa de fogos a partir do património municipal imobiliário disperso" e "o lançamento de procedimentos para a edificação de novos fogos em terrenos municipais".

Existem 66 bairros municipais em Lisboa, geridos pela Gebalis, com cerca de 25 mil casas, onde vivem cerca de 70 mil pessoas.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório