Nuno Mendes, líder da claque Juventude Leonina mais conhecido como 'Mustafá, será detido nos próximos dias.
O Tribunal da Relação deu provimento ao recurso apresentado pelo Ministério Público (MP), que tinha pedido a prisão preventiva para o membro da claque 'leonina', adianta a TVI24. O recurso em causa indicia sobretudo nas suspeitas relativas a eventuais crimes de tráfico de droga.
Segundo o acórdão a que a agência Lusa teve acesso, os juízes desembargadores deram provimento ao recurso da procuradora do Ministério Público Cândida Vilar, apresentado após o juiz de instrução criminal Carlos Delca ter aplicado ao arguido a medida de coação de apresentações diárias às autoridades e pagamento de uma caução de 70 mil euros, em novembro de 2018.
"Existem sérios perigos de continuação da atividade criminosa, de perturbação de inquérito, de fuga e de perturbação da ordem e tranquilidade públicas", refere o despacho, que refere ainda os antecedentes criminais para justificar a decisão.
Recorde-se que Mustafá foi detido na sequência de buscas à sede da Juve Leo, buscas essas que na altura terão surgido na sequência do caso de Alcochete.
Na quarta-feira passada assinalou-se precisamente um ano após as agressões a jogadores e funcionários do Sporting na Academia de Alcochete, num caso que levou a dezenas de detenções, com a maioria dos arguidos a ficar em prisão preventiva sob acusações de terrorismo.
O juiz já terá ordenado o mandado de detenção, o que abre caminho a que Nuno Mendes seja brevemente detido.
A mesma cadeia de televisão refere que as autoridades terão já referenciada uma testemunha que relacionou o líder da juventude leonina com a droga encontrada.
Recorde-se que Mustafá já tinha sido detido em 2015 juntamente com Paulo Pereira Cristóvão, antigo vice-presidente do Sporting, e outros 16 arguidos que acabaram por ser julgados e condenados por associação criminosa.
Em 2016, com o então presidente 'leonino' Bruno de Carvalho no seu primeiro mandato na presidência do clube, Mustafá voltou a assumir posição de destaque entre as claques do Sporting.
Foi em novembro do ano passado, num domingo em que o Sporting enfrentava em casa o Chaves, que a GNR levou a cabo buscas n'A Casinha - como é também conhecida a sede da claque junto ao estádio José Alvalade. Segundo noticiou na altura o Correio da Manhã, terão sido apreendidas cerca de "20 gramas de cocaína e uma quantidade de haxixe ainda por apurar".
A detenção de Mustafá coincidiu na altura com a de Bruno de Carvalho, que acabaria por sair em liberdade poucos dias depois.
Um caso de especial complexidade
Com esta decisão do Tribunal da Relação, dos 44 arguidos do processo, passam a estar 38 sujeitos à medida de coação mais gravosa, de prisão preventiva. Em liberdade ficam cinco dos arguidos, incluindo o antigo presidente do Sporting Bruno de Carvalho. O arguido Celso Cordeiro passou de prisão preventiva para prisão domiciliária com pulseira eletrónica.
Na segunda-feira, o juiz Carlos Delca adiou pela segunda vez o início da fase de instrução devido à apresentação de um novo (terceiro) pedido para o seu afastamento do processo, entregue por um dos advogados.
Em janeiro deste ano, o TIC do Barreiro declarou a especial complexidade do processo da invasão à Academia do Sporting, pedida pelo Ministério Público, o que, consequentemente, dilatou o prazo de prisão preventiva dos arguidos que se encontram presos.
[Notícia atualizada às 14h20]