Portuguesa em tratamento para cancro com efeito secundário inesperado
O caso foi seguido no Hospital São Francisco Xavier e descrito em plataforma científica internacional.
© Reprodução BMJ Case Reports
País Lisboa
As pestanas de uma mulher portuguesa de 45 anos, seguida no Hospital São Francisco Xavier, cresceram cerca de 3 centímetros em apenas três semanas. Tratou-se de um efeito colateral do tratamento que realizava contra o cancro.
A mulher estava a ser submetida a quimioterapia devido a um cancro no intestino em estado avançado quando se apercebeu do crescimento anormal das pestanas.
Perante a situação, a paciente era frequentemente questionada quanto ao local onde realizava aquilo que as pessoas achavam serem extensões muito realistas. A paciente acabava por admitir que o crescimento derivava do tratamento que realizava e a circunstância veio mesmo a transformar-se "num problema de beleza" porque as pestanas começaram a dar comichão e a ficar infetadas.
De acordo com os médicos portugueses, a causa deste crescimento anormal estava no fármaco utilizado, o Cetuximab, já que este é responsável pela ligação dos recetores do fator de crescimento epidérmico (EGFR), que estão na superfície das células cancerígenas.
Os clínicos que acompanharam o caso, liderados por Leonor Vasconcelos Matos, documentaram o caso na plataforma científica BMJ Case Reports, onde são arquivados recursos médicos e cirúrgicos significativos.
Na publicação que data de 15 de abril pode ler-se que, "após 14 ciclos, [a paciente] recorreu ao oncologista com uma infeção nas pálpebras". A mulher de 45 anos reclamava ainda do "crescimento anormal das pestanas nas últimas três semanas". O crescimento foi descrito pela doente como "extremamente problemático e desagradável".
Crescimento anormal é justificado com utilização de fármaco© Reprodução BMJ Case Reports
Saliente-se que há uma patologia, Tricomegalia, que é precisamente caracterizada pelo crescimento anormal das pestanas, sendo que estas podem ficar até encaracolas, grossas e mais escuras.
Apesar deste crescimento, médicos e pacientes concordaram em dar continuidade ao tratamento já que este estava a apresentar bons resultados. E com a ajuda de uma esteticista, a mulher conseguiu cortar as pestanas até um comprimento adequado.
A paciente foi ainda aconselhada a manter uma regular higienização das pestanas, por forma a evitar infeções. "Compreender os efeitos colaterais cutâneos é importante para melhorar a qualidade de vida" dos doentes, explicaram ainda os médicos, citados pelo Daily Mail.
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