"Não estamos preocupados, estamos estupefactos por estarmos agora a ser questionados pela justiça porque utilizamos numa concentração os nossos meios. Não conseguimos entender", disse à agência Lusa o presidente da LBP, Jaime Marta Soares.
Numa resposta enviada à Lusa, a Procuradoria-Geral da República confirmou "a existência de investigações relacionadas com a utilização de veículos das corporações nas deslocações para manifestação de bombeiros".
Em 24 de novembro de 2018, cerca de 3.000 bombeiros e 750 viaturas participaram, na Praça do Comércio, em Lisboa, numa manifestação organizada pela Liga dos Bombeiros Portugueses em protesto contra as propostas do Governo na área da proteção civil.
"Temos o direito de nos concertarmos como e quando quisermos, temos o direito de sair com as nossas viaturas como e quando quisermos, temos o direito de utilizar o nosso património como e quando quisermos", sublinhou.
Jaime Marta Soares sustentou que as viaturas são propriedade das associações humanitárias de bombeiros voluntários, que são organizações da sociedade civil.
Segundo o presidente da Liga, das cerca de 10.400 viaturas das corporações de bombeiros, só 78 pertencem ao Estado.
Jaime Marta Soares frisou que são as corporações dos bombeiros que pagam o combustível e os seguros das viaturas.
"Respeitamos a lei e acreditamos na justiça portuguesas, mas exigimos respeito", afirmou, questionando os motivos da investigação.
Jaime Marta Soares adiantou que a LBP tem conhecimento que duas corporações de bombeiros receberam uma carta da Polícia Judiciária e uma outra foi contactada pelo procurador do tribunal da área dessa corporação, mas não especificou quais.
Na carta enviada às corporações, a Polícia Judiciária quer saber quem autorizou a viagem a Lisboa, número de bombeiros e despesas relacionadas com a deslocação ao protesto.
Em causa poderá estar o alegado uso abusivo de viaturas das corporações dos bombeiros voluntários.