O advogado de Bruno de Carvalho manifestou indignação após a detenção do ex-presidente do Sporting, na tarde deste domingo.
José Preto, que confirmou à RTP que decorreram buscas na casa de Bruno de Carvalho e que foi apreendido o computador da filha do ex-presidente leonino, lamentou que a lei permita detenções à noite, coisa que não era sequer possível no Salazarismo”.
“A lei, permite, portanto, estes abusos extraordinários de pretensas diligências que são, objetivamente, atuações infamantes, aviltantes e vexatórias”, afirmou o advogado, lembrando que ainda há duas semanas esteve, juntamente com Bruno de Carvalho, no DIAP, “dizendo precisamente: aqui estou eu, se precisarem de mim, estou à disposição’”.
Por essa razão, o advogado não compreende a razão pela qual Bruno de Carvalho foi hoje detido. “Não vejo onde é que estão os indícios de não comparência voluntária a qualquer diligência que haja lugar”, firmou. No entender de José Preto, a decisão de deter o ex-presidente do Sporting foi tomada de “uma forma bizarra” pelo Ministério Público e, por isso, garantiu que vai “desencadear os mecanismos correspondentes”. “Não o vou largar sem saber o sítio e as condições em que fica [a pernoitar]”, assegurou ainda.
Na opinião de José Preto, as buscas na casa do Bruno de Carvalho configuram num “tratamento degradante”, tendo a GNR apreendido nessa operação o computador da filha do ex-presidente leonino, deu conta. As buscas na casa de Bruno de Carvalho terminaram cerca das 22h40, tendo seguido detido, assim como Mustafá, conforme dão conta as estações televisivas.
Bruno de Carvalho e o líder da Juve Leo, Mustafá, foram detidos este domingo no âmbito do caso da invasão e agressões em Alcochete. Estarão ambos indiciados por terrorismo e autoria moral de crimes como ofensas à integridade física e sequestro.
Numa nota enviada ao Notícias ao Minuto, a Procuradoria-Geral da República confirmou as duas detenções, adiantando que os detidos "serão oportunamente presentes ao Juiz de Instrução Criminal para aplicação das medidas de coação". Até lá, Bruno de Carvalho e Mustafá vão passar a noite nas instalações da GNR.
[Nome do advogado corrigido às 22h00]