Azeredo Lopes sabia do encobrimento? Mais uma testemunha diz que sim

O ex-chefe de gabinete de Azeredo Lopes declarou que enviou uma foto com o memorando ao então ministro, corroborando a versão de Vasco Brazão.

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Filipa Matias Pereira
27/10/2018 09:31 ‧ 27/10/2018 por Filipa Matias Pereira

País

Tancos

Há novos desenvolvimentos na operação Húbris, onde está inserida a investigação relativa à encenação montada na descoberta e recuperação das armas que haviam sido furtadas em Tancos. Há mais um depoimento que defende que o ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, teve conhecimento do encobrimento, corroborando assim a tese do major Vasco Brazão.

De acordo com a investigação e a reconstituição dos factos levada a cabo pelo 'Sexta às 9h', no dia 20 de outubro de 2017, o então chefe de gabinete de Azeredo Lopes, Martins Pereira, recebia um memorando e uma fita do tempo sobre as armas roubadas em Tancos.

Uma reunião que ocorria depois de ter sido pedida uma audiência com urgência ao ex-ministro da Defesa Nacional. Porém, como Azeredo Lopes estava no Porto foi Martins Pereira que a presidiu. O objetivo da reunião? Dar a conhecer ao ministro o encobrimento que estava por detrás da recuperação das armas, no dia 18 de outubro.

Recorda ainda o programa da antena da RTP que o procurador Vítor Magalhães, do DCIAP, que tinha a titularidade do inquérito ao furto em Tancos, mandou chamar os responsáveis pela Polícia Judiciária Militar para apurar o motivo pelo qual tinha sido desenvolvida uma operação à margem da Polícia Judiciária, sendo que esta força de segurança tinha inclusive sido impedida de entrar no Campo Militar de Santa Margarida para onde as armas foram então transportadas.

Sublinhe-se, ainda, que no dia 19 de outubro do mesmo ano, a então Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, de acordo com o ‘Sexta às 9’, telefonou a Azeredo Lopes, queixando-se da operação e relembrando que, por despacho da própria, a Polícia Judiciária era a única com competência no caso. Azeredo respondeu pedindo que formalizasse a queixa por escrito.

Esta informação consta do depoimento feito esta semana na Polícia Judiciária pelo ex-chefe de gabinete de Azeredo Lopes, Martins Pereira. O tenente-general revelou que tirou uma fotografia ao memorando, que enviou via Whatsapp para o então ministro com a pasta da Defesa. O telemóvel de Martins Pereira foi disponibilizado às autoridades para que seja feita uma perícia às mensagens enviadas e lidas.

Recorde-se que, mesmo antes de ter apresentado demissão, Azeredo Lopes negou ter conhecimento do encobrimento. Aliás, António Costa negou também ter conhecimento do teor da chamada telefónica entre Joana Marques Vidal e Azeredo Lopes, que, segundo o ‘Sexta às 9’, lhe foi informada.

Quem também nega ter conhecimento dos mais recentes factos é Marcelo Rebelo de Sousa. 

 

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