Nascido em Lisboa em 1956, Francisco Ramos era desde 2012 presidente do conselho de administração do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa.
O seu percurso na saúde começou em 1981, quando, após uma licenciatura em Economia, se diplomou em administração hospitalar pela Escola Nacional de Saúde Pública, onde acabou por ficar a lecionar.
Entre 1997 e 1999 exerceu pela primeira vez funções governativas como secretário de Estado da Saúde, papel que repetiu de 2001 a 2002. Voltou a integrar um Governo a partir de 2005, também como secretário de Estado da Saúde do então ministro socialista Correia de Campos.
Entre 2008 e 2009 passou a secretário de Estado Adjunto e da Saúde, desta vez com a ministra Ana Jorge.
Francisco Ramos foi ainda presidente do conselho diretivo do então Instituto Nacional de Administração entre 2009 e 2012, assumindo depois desta função a presidência do IPO de Lisboa.
O novo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, que entra agora para o Ministério liderado por Marta Temido, não tem nos últimos anos poupado nas análises ao Serviço Nacional de Saúde, apontando nomeadamente para a necessidade de reforço orçamental e para a dificuldade em contratar profissionais com a falta de autonomia das instituições.
Num artigo de opinião publicado há menos de dois meses no Observador, Francisco Ramos defendeu um "indispensável reforço da dotação orçamental", que entendia ser possível sem competir com outras áreas de governação.
Assim, propunha reduzir a taxa de dedução em IRS das despesas de saúde de 15% para 5% e determinar que a ADSE volte a remunerar os hospitais públicos pelos cuidados prestados aos seus beneficiários "usando o saldo acumulado para financiar um programa de investimento os hospitais do SNS".
Francisco Ramos advoga ainda que se volte a "reduzir significativamente o preço dos medicamentos e dispositivos médicos".
"São três medidas com custo zero para os cofres do ministro [das Finanças, Mário] Centeno e benefício líquido de cerca de 900 milhões de euros para as disponibilidades financeiras do SNS", sustentou o novo secretário de Estado Adjunto e da Saúde no artigo publicado em final de agosto no Observador.